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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Assassinato de Osama bin Laden: mais um crime do imperialismo

       Por: Jodinaldo de Lucena Ribeiro Sobrinho
    
      Não há duvidas de que Osama bin Laden travou uma luta anti-imperialista contra os EUA. A mídia burguesa insiste em apresentar Osama como um terrorista lunático cujo único objetivo é travar uma ''guerra santa'' contra o mundo ocidental ''cristão''. Obscurece a verdadeira causa que levou a organização Al-Qaeda a lançar dois aviões sobre as torres do World Trade Center e desfechar uma serie de ataques sobre os países imperialistas.

       É necessário fazer uma avaliação concreta da realidade sem a influência do moralismo pequeno-burguês para compreender as razões políticas desses conflitos. Os ataques da Al-Qaeda constituem uma reação do nacionalismo burguês em resposta à dominação imperialista sobre os países semicoloniais do Oriente Médio. Essas organizações nacionalistas fazem do terrorismo individual um método para reagir à opressão e dominação imposta aos seus países. A violência e a barbárie expressam a decomposição do regime capitalista na sua última etapa de desenvolvimento.

       O imperialismo invade países, faz pilhagens, guerras, genocídios, pratica tortura aos opositores e submete a maioria dos países ao atraso econômico/social. Ora, a hipocrisia da burguesia imperialista não tem limites, não se condenam os crimes cometidos pelas potências imperialistas mas a reação dos países oprimidos. Existe uma distinção muito clara entre a violência do opressor e a reação do oprimido à violência. Enquanto o imperialismo cometer pilhagens, partilhar o mundo entre as potências e submeter a maioria dos países ao atraso haverá reação.

O terrorismo individual não pode derrotar o imperialismo

      O imperialismo se fundamenta sobre as bases da propriedade privada dos meios de produção e se estrutura nos organismos internacionais de repressão, empresas multinacionais, centros de espionagem, milícias, aparatos governamentais etc. O terrorismo individual resulta apenas num suicidio político impotente, que por si só não pode derrubar regimes e organizar a maioria oprimida para tomar o poder. O idealismo pequeno-burguês é a semente do terrorismo individual. Os ataques a prédios governamentais, parlamentares e diplomatas de nada valem para tomar o poder político e derrubar as bases sobre as quais se ergue a dominação. Somente a organização e mobilização das massas oprimidas pela ação direta pode destruir a dominação imperialista.

       O imperialismo é um regime de dominação internacional, não está circunscrito a este ou aquele país capitalista desenvolvido, mas compreende o conjunto de países imperialistas que constituem a dominação da classe burguesa. O terrorismo individual é somente um elemento que reflete a decomposição do regime capitalista.

Qual é a ''guerra contra o terror'' que a burguesia imperialista se refere?     

       O assassinato de Osama bin Laden não representa o fim do terrorismo individual para o imperialismo. O fato de ter assassinado Bin Laden não significa que o nacionalismo burguês dos países semicoloniais deixará de aflorar e terá um fim. A certeza da burguesia reside na convicção de que onde houver dominação haverá resistência. Os países imperialistas não estarão livres dos ataques enquanto permanecer sua dominação sobre o mundo.

       A violência é um dos instrumentos de dominação utilizados para manter o poder político da classe burguesa. Centenas de homens como Osama bin Laden são assassinados a todo instante no mundo inteiro e este fato não é um caso isolado. Trate-se de uma prática comum que foi e será utilizada enquanto durar o modo de produção capitalista. A ''guerra contra o terror'', que, segundo a burguesia imperialista deve continuar, implica afirmar que a sua dominação de classe vai permanecer!

A burguesia não pode condenar Osama bin Laden baseada na sua moral de classe

      A burguesia justifica que matar inocentes a sangue frio é um ato covarde e terrorista. Para a burguesia é um ato sujo e pecaminoso tirar a vida dos ''semelhantes''. Osama teria cometido este terrível pecado e de acordo com a justiça burguesa (divina) deveria pagar. E pagou. A própria vida foi o preço. A moral burguesa é tão contraditória quanto a sua própria dominação.

      A burguesia que evoca a Bíblia para condenar seus opositores é a mesma que lança seus exércitos para invadir e bombardear países, atirar milhões de trabalhadores na miséria e matar outros bilhões de fome. Com a misericórdia divina e o fuzil da burguesia todos devem conviver ''pacificamente''. A burguesia não pode condenar Osama baseada na sua concepção de mundo. A violência práticada por Osama Bin Laden é a expressão de que o imperialismo conduzirá a humanidade a barbárie social!

  • Viva a resistência dos povos oprimidos! Viva Osama Bin Laden assassinado pelo imperialismo!

domingo, 1 de maio de 2011

Canto para minha morte

Composição : Raul Seixas / Paulo Coelho

Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...