Everton Marques de Carvalho[1]
Foi veiculada nos jornais escritos e falados que o número de militares brasileiros mortos no Haiti ultrapassa duas dezenas, nada contra. As vidas ceifadas de nossos heróis nada fizeram além de enaltecer a pátria. Os bravos heróis entregaram suas vidas em nome de outras vidas, salvaram milhares da destruição física e moral, livraram-nas da criminalidade, deram ao Haiti a chance de ver à linha do horizonte a possibilidade mudança, o sentimento de tristeza toma conta de peitos civis ao saber que militares brasileiros deram a vida em missão de paz, na tentativa de irar do Exército Brasileiro a macha branca da Opressão (1964-1984).
Mas, porque “Em casa de ferreiro, espeto de pau”? Porque vidas inocentes, que poderiam ser salvas são perdidas diariamente, nas favelas do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Vidas brasileiras que se perdem em uma guerra civil não declarada do banditismo, que num ato de extrema “burrice” luta entre si, em poder dos pontos de comércio de drogas ilícitas. O Estado brasileiro sempre foi montado nas barbas da burguesia dominante, e esta finge que se une ao Estado no combate ao banditismo.
Mas essa burguesia que se esconde atrás de muros altos, cercas elétricas e guaritas blindadas, e finge combater o banditismo, o faz apenas em campanhas publicitárias. Anunciam na mídia nacional reclames horrendos distanciando-se da árvore do tráfico, colocando as vítimas oprimidas, os favelados como os agentes do comércio de entorpecentes. Hoje as drogas ilícitas mais caras, as que movimentam mais ainda a árvore do tráfico ilegal, se mostram presentes nas festas em bares freqüentados pelos filhos dessa burguesia dominante.
Essa burguesia dominante faz, de maneira forçosa, com que as vidas dos que deveriam promover a paz internamente se ceifem em missões como esta no Haiti, em Serra Leoa ou em Timor Leste. Mas se esquecem que as maiores cidades brasileiras se encontram em uma guerra sangrenta, que mata mais que o conflito árabe-israelense. A burguesia prefere passar ma imagem de compadecida para com os países pobres e neo colonizados do “Terceiro Mundo”.
A violência nas favelas das capitais brasileiras já chamou atenção da ONU, que cogitou fazer no Brasil o mesmo que o Brasil faz no Haiti. Deve-se pensar no porque de o Brasil não pacificar seus territórios, aliviar as tensões internas, e só depois aliviar as tensões dos outros. O banditismo brasileiro é burro, pois deveria combater essa burguesia que segrega os oprimidos em favelas, criando campos de concentração, onde os marginalizados se matam, poupando da polícia e das forças armadas esse papel.
O que o Exército Brasileiro deveria estar fazendo é intervir nas favelas, eliminar as milícias. Mas o que deveria ser feito para resolver de vez esse conflito era eliminar essa burguesia que de várias formas financia essa guerra, que a Polícia tenta em vão combater, e os que deveriam combater, se mostram de embaixadores apaziguando o caos causados por outros. São ferreiros que se orgulha de terem em suas casas espetos de pau.
[1] Graduando em História pela UFRB, graduando em Administração pela Faculdade Adventista da Bahia; e-mail: evertoncarvalho001@gmail.com
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