Frase da semana

A manifestação popular é a legitimação da democracia (Dilma Roussef)

sábado, 26 de junho de 2010

A FARSA DO 7 DE SETEMBRO


Conta a História que no dia 25 de junho de 1822 um grupo armado venceu um destacamento do exército Português em Cachoeira, esse foi o início da Guerra que terminou em 2 de julho de 1823 em Salvador.
Nesse turbilhão de acontecimentos no Recôncavo da Bahia aconteceu em São Paulo o mais fajuto ato que foi erroneamente reconhecido como heróico da nossa “independência”, ato que se resume ao reconhecimento lusitano do mérito brasileiro.
Enquanto a corte luso-brasileira festejava e se unia cada vez mais, enquanto brasileiros como o Barão de Belém, Joana Angélica, João das botas, Maria Quitéria e tantos outros que deram e arriscaram suas vidas em nome da independência da Bahia e do Brasil.
Mas nos acostumamos a fomentar o 7 de setembro e o ato de rebeldia do príncipe português Pedrinho de Alcântara, o fruto de um dos inúmeros adultérios da Alteza ninfomaníaca Carlota Joaquina e Espanha, na verdade ele queria apenas chamar a atenção do seu pai, D. João VI.
O 7 de setembro foi tão fomentado como ato de independência que se quer a guerra que deu nome a bairros como o Rio Vermelho (palco da batalha mais sangrenta da guerra), nomes como os acima citados, ou os do primeiro movimento revolucionário do Brasil, a Inconfidência ou Conjuração Baiana, Lucas Dantas um dos principais.
A Bahia deixou de ser lembrada como berço da independência e passou a ser sinônimo de festa e preguiça, os baianos, entre os quais eu me incluo, são tão preguiçosos que fizeram o primeiro movimento pró independência ainda em 1789, enquanto os paulistas, tidos como líderes desta, se recusavam a libertar-se de Portugal, mandando soldados para engrossar as fileiras do exército de D. João.[*]


[*] Este texto faz parte do escrito intitulado A escrita da História e a farsa do 7 de setembro parte de História não contada do que chamam Brasil.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A EDUCAÇÃO POSSÍVEL

 Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo. Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo muito edificante na qual vemos políticos concedendo-se aumentos em cima de seus já polpudos salários, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares de jovens. Que é público mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito. Estamos tristemente carentes de bons modelos: milhares buscam alguém que lhes possa transmitir a esperança de que retidão, dignidade, incorruptibilidade, ainda existem.
Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantêm um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, sem entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.
Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimento deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: “cidadania”.
O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalhos, inseguros e atordoados, logo, frustrados.
Sou de família de professores universitários. Fui por dez anos titular de lingüística em uma faculdade particular. Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões de departamento, o caderno de chamada, o currículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam articular frases coerentes, muito menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto incapazes de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar.
Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-versa, com queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos.
LUFT, Lya. A educação possível. Veja. Ano 40, nº 20, edição 2009. São Paulo: Abril, maio/2007, p. 22.

disponível em:
http://pt.shvoong.com/social-sciences/sociology/1593608-educa%C3%A7%C3%A3o-poss%C3%ADvel/

domingo, 6 de junho de 2010

a Difícil arte de escolher um candidato

LULA SANCIONA FICHA LIMPA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta sexta-feira (4) o projeto ficha limpa, que proíbe a candidatura de políticos condenados pela Justiça em decisão colegiada em processos ainda não concluídos. Segundo a Casa Civil, Lula não fez qualquer veto ao texto aprovado pelo Senado. Como a sanção aconteceu antes do dia 9 de junho, caberá agora ao Judiciário decidir se o projeto provocará efeitos já nas eleições de outubro. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que apresentou o projeto ao Congresso com mais de 1,6 milhão de assinaturas, entende ser possível aplicar já.