Por Everton Marques de Carvalho
Uma das principais inovações trazidas pela constituição de 1998 foi o direito de voto aos maiores de dezesseis anos. Isso, se juntado ao voto das mulheres e aos votos da população em geral que tem aumentado galopantemente e vive mais anos, dá à uma quantidade assustadora de votos a mais em cada eleição. Calculando-se que há no Brasil cem milhões de eleitores, um voto é apenas uma gota d’água em meio ao oceano. As diferenças em décimos de pontos percentuais representam na verdade dezenas de milhares de votos. Então o que é um voto? Que importância tem um voto em meio ao quinto maior colégio eleitoral do mundo? O que vem a ser um em meio a cem milhões?
De certo, este voto passa despercebido, um em meio a dezenas, em meio a centenas ou milhares é insignificante. O que dizer então se este estiver em meio a dezenas ou centenas de milhares, o que são os quatro milhões de soteropolitanos se comparados aos 16 milhões de soteropolitanos? São como um ratinho perante a um leão. Um voto é apenas um voto, não tem poder decisório em uma votação municipal, tampouco em uma eleição nacional. Um voto é apenas um, milhões são milhões, milhões fazem a diferença, e uma andorinha só não faz verão.
Os interesses das massas devem prevalecer muito mais do que os interesses dos indivíduos, a maioria sempre vence, e se algum se diferencia, deve se calar e cooperar com a maioria. Assim é que funciona com as votações, vota-se em comum para não parecer diferente, e mesmo que seja diferente. Votar em que o indivíduo acha que realmente vai fazer a diferença, mesmo que esse alguém vote nesse candidato escolhido , ele não vencerá o pleito, então esse será um voto perdido. De fato, um voto não tem importância nenhuma se não combinar aos votos da maioria.
Se um voto não faz diferença, o que deve-se dizer dos votos de minerva, muito comuns em tribunais e parlamentos, mencionados sempre que há impasses em votações importantes? Um voto tem ou não tem importância? Tem ou não tem pode de fazer a diferença? O que determina a diferença é a decisão individual organizada. A massa precisa se transformar em turba, organizar indivíduos interessados e fazer a diferença. Não seguir os interesses dos detentores das rédeas do poder.
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