Frase da semana

A manifestação popular é a legitimação da democracia (Dilma Roussef)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Um mês de violência, abusos e ocupação militar no RJ

Por Jodinaldo Lucena



Em um mês de ocupação militar no Rio de Janeiro não se resolveu a questão das drogas, miséria e desemprego. O tráfico de drogas é uma atividade inerente ao sistema capitalista, é produto de suas mazelas. A droga é uma mercadoria como outra qualquer e a burguesia narcotraficante fatura altos lucros com a sua venda. A mídia procura reforçar a idéia de que o único problema no RJ é o tráfico para justificar a ocupação militar nas favelas. Com a política chegou mais abusos e violência. Porém, há algumas perguntas a serem levantadas: a burguesia narcotraficante vive em favelas? A ocupação militar solucionará o vício dos consumidores e colocará um freio num gigantesco mercado consumidor que movimenta milhões de reais?

Foi o capitalismo quem levou as drogas para o RJ. Através da burguesia narcotraficante milhões de jovens são arregimentados para essa atividade que pode lhes proporcionar uma renda. A empresa do tráfico movimenta milhões de reais e corrompe os organismos do Estado, por isso não é possível acabar com ele usando as instituições do mesmo Estado corrompido; é como entregar um galinheiro a uma raposa.

A ocupação militar não tem como finalidade o combate ao tráfico de drogas, mas reflete um sistema decadente que já não pode se manter sem o recurso da força e das armas. Centenas de moradores estão procurando a corregedoria de polícia para denunciar abusos, organizações de direitos humanos são obrigadas diante das circunstancias a tomar uma posição, mesmo que seja apenas para lamentar o saldo de mortes provocado pela ocupação. O fato é que o extermínio de pessoas é uma política pública do Estado e a polícia cumpre o papel do mais fiel executor.

A causa do tráfico é o capitalismo, seus efeitos são a corrupção, o roubo, a violência, o crime praticado para sustentar o consumo e os assassinatos. A burguesia que controla o Estado não pode acabar com uma atividade tão lucrativa, por isso procura amenizar os efeitos da doença aplicando remédios que implicam em mandar chumbo nas favelas. Pois é, mandam chumbo, mas não constroem escolas. Enviam policiais, mas não fazem hospitais para gerar emprego para os médicos e curar os viciados. Criam postos de polícia, mas não abrem postos de trabalho para a juventude das favelas. Esse é o remédio que a burguesia quer oferecer para a população das favelas.

O problema é que não são apenas as favelas que estão dominadas pelas quadrilhas, elas dominam o próprio Estado. Não é apenas o meliante que prática o roubo, mas os capitalistas que estendem a mão para saquear o produto do trabalho do operário. O chamado Estado de direito cumpre o papel de manter a ordem burguesa, que consiste em dar bordoada nos trabalhadores e proteger a propriedade privada dos meios de produção, isto é, cumprir a lei básica de qualquer Estado capitalista.

Mas a verdade é que a imprensa capitalista mentiu, manipulou e deturpou a realidade das operações policiais. O objetivo é criar uma opinião pública favorável ao estado de sítio e justificar as sucessivas investidas de militarização nas favelas.

Situação socioeconômica no RN

Por Jodinaldo Lucena

A situação socioeconômica do Rio Grande do Norte é uma das piores do Brasil e da região nordeste. O RN é uma unidade da federação essencialmente agrária, pouco industrializada e de capitalismo atrasado, que mantém uma estrutura econômica semicolonial. O principal indicador do desenvolvimento econômico, o Produto Interno Bruto (PIB) atinge apenas 1% da participação nacional, resultado proveniente de atividades do comércio varejista, turismo e agropecuária.

As condições de vida e de miséria da população são expressões da alta concentração de renda (quarta maior do nordeste – PNAD 2008) e do atraso econômico. Os indicadores sociais 2010 apresentam taxas astronômicas de mortalidade infantil, analfabetismo e regime de trabalho semi-escravo.

Os veículos de comunicação do governo divulgam somente os dados ‘’positivos’’, isto é, aqueles que apontam o ‘’crescimento real’’ dos salários ou dos pontos percentuais de crescimento do PIB. Mas as tabelas de gráficos mágicas pouco explicam para os trabalhadores sobre o que eles realmente podem comprar com o salário que recebem!

Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2009), somando as pessoas acima de 15 anos que não sabem nem ler e escrever (18%) com os analfabetos funcionais (28%), o RN tem 46% de analfabetos. Um dos maiores índices de analfabetismo do país Estes altos indicadores não podem ser explicados como sendo resultado do fracasso dessa política pública ou daquela isoladamente, é necessário investigar toda condição de miséria, pobreza e desemprego que atingem a população para explicar o analfabetismo.

O RN tem 259 mil pessoas em regime de miséria, recebendo até meio salário mínimo e 206 mil pessoas em regime de semi-escravidão, trabalhando em troca da comida ou habitação. Além da situação de miséria, o RN possui uma taxa de mortalidade infantil que voltou a se elevar nos últimos anos alcançando o percentual de 32% (PNAD 2009). São dados que revelam a condição de miséria da população.

De acordo com o PNAD 2009, apenas 15% dos domicílios possuem serviço de esgoto e computador conectado a internet no estado. Ou seja, nem os serviços considerados básicos estão acessíveis à maioria da população. É comum os chamados esgotos a céu aberto e a falta de saneamento básico é responsável por causar várias moléstias. Com relação à internet, a maioria das pessoas só tem acesso nos locais de estudo ou trabalho.

Na questão do emprego, entre 1, 47 milhões de pessoas ocupadas, a situação é a seguinte: 75.830 pessoas estão ocupadas na indústria, 78.962 pessoas estão ocupadas em serviços e 90.766 estão ocupadas no comércio (IBGE 2008).

Dilma, não terás a mesma ''sorte!''

Por Jodinaldo Lucena

O mandato de Lula/PT teve grande aprovação popular graças um período de estabilidade econômica que o Brasil atravessou. O crescimento econômico favoreceu um relativo aumento do emprego e possibilitou ao PT enfrentar sucessivos escândalos e passar por crises políticas. A mídia bombardeou as principais lideranças do PT com os escândalos do mensalão e a oposição tentou aproveitar a situação.
O PT conseguiu impor reformas de caráter anti-popular como a reforma da previdência, lei anti-greve, reforma universitária etc., graças ao apoio das burocracias sindicais. O Movimento dos Sem-Terra teve um grande refluxo nas ocupações e o governo não fez a reforma agrária. O caudilho Lula aplicou as políticas assistencialistas e conseguiu implementar políticas neoliberais, sobretudo sustentando empresas privadas com verbas públicas.
O mandato da Dilma/PT será conturbado por causa dos reflexos da crise econômica que atinge o Brasil. Tanto é que o governo já determinou o corte de 8 bilhões de reais e nas universidades já estão falando em ‘’reforma administrativa’’ para enxugar a máquina estatal. As conseqüências da crise vão atingir o Brasil de cheio em 2011 e o governo será obrigado a avançar sobre as conquistas sociais. Os cortes vão principalmente atingir a saúde e a educação.
O futuro mandato da Dilma/PT já deu sinais de que vai descarregar a crise sobre os trabalhadores; já anunciou uma reforma tributária para aumentar a arrecadação numa tentativa de salvar as receitas do Estado, que foram saqueadas pelos banqueiros e empresários.
A questão fundamental é que o governo Dilma/PT enfrentará uma desaceleração econômica onde a tendência é a elevação das taxas de desemprego e será um governo mais vulnerável a crises políticas.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Prefeito Tato, Cadê o Abono dos funcionários da educação?

CACHOEIRA/BAHIA
Confraternização

O prefeito Tato Pereira reuniu no Clube de Campo da Faleira, comunidade da Lagoa Encantada, na manhã do dia 18/12/2010, vereadores e mais, aproximadamente, 1.000 líderes que integram sua base aliada para mais uma edição da confraternização natalina, gesto que repete desde seu primeiro mandato todos os anos. Presentes, também, o deputado estadual Nelson Leal e o deputado federal Luiz Argolo, representantes da Cachoeira junto ao governo do Estado e ao governo da União, os quais tiveram expressiva votação no município recomendados pelo prefeito nas eleições de 3 de outubro/2010.

Dando cumprimento a seu projeto administrativo, o prefeito anunciou inúmeras obras que sua administração prosseguirá materializando em diversas localidades do município, durante o ano de 2011 e no campo político assegurou que a base aliada já tem como candidato a prefeito nas eleições de 2012, o vereador Carlos Pereira, para sucedê-lo. Concluiu, dizendo que quem tem o grupo político da expressão e valores daquele que ele tem a honra de liderar e que ali se encontrava não pode perder a visão da vitória em qualquer pleito.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Como fazer uma boa revolução no Brasil

Fazer uma revolução não é fácil. Por muito tempo se pensou em fazer revolução usando armas, ideologias desorientadas, coltadas para direção nenhuma, tendo com Norte a direção para qual o nariz aponta. Por muito se pensou em fazer revolução assim: “Todos unidos, punhos erguidos, vamos unidos lutar e vencer, trabalhadores no poder”. Mas para colocar os trabalhadores no poder é necessário dar-lhes a noção elementar do que é o poder.
Não adianta dar aos oprimidos o poder, o que vai acontecer se estes tomarem o poder é uma nova opressão dos antigos opressores. A ditadura, antes política, atualmente social, cultural e econômica permanecerá, mas ao invés de a burguesia oprimir o proletariado, o proletariado irá oprimir a burguesia. Assim não haverá revolução, apenas uma inversão da hierarquia de classes.
A revolução não começa com protestos de massas nas ruas, com boicotes ou impeachments, a revolução deve começar com a mudança de mentalidades, uma de cada vez, e só quando as mentes forem mudadas é que começarão a ser espalhados os panfletos e as massas vão às ruas. A revolução armada já foi experimentada e se deu como fracassada, é necessária uma revolução nas ideias.
Do que adianta matar ou depor um governante? De que adianta tirar alguém do poder se não se tem alguém qualificado para ocupar tal cargo. Não basta então apenas tirar o líder corrupto, tem que ter outra pessoa com conhecimento e astúcia suficientes para ocupar tal cargo. No Brasil contemporâneo, o revolucionário não pode mais ser o desinformado, o esporádico, o que age desorientadamente, como um xiita, ele tem que ser um acadêmico, um pensador, um agente social.
O povo brasileiro precisa ser desbestificado, descoisificado, desimbecilizado. Só assim é que ocorrerá de fato uma revolução, pois a verdadeira revolução é a que ocorre dentro da cabeça de cada um, a externalização disso, a organização de movimentos são apenas consequências disso. Só quando os ideólogos tomarem essa consciência é que teremos de fato uma revolução digna e tiraremos essa corja de crápulas que dizem administrar o país, os estados e as cidades.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Deu zebra!!!, quer dizer, Deu Mazembe!!!

O internacional Sport Club de Porto Alegre, bem que tentou venceu o Chivas na Libertadores, deu o seu melhor no Brasileirão e foi pros Emirados Árabes.
Fazer o que não me pergunte. O time chegou cheio de moral depois do título de 2006, além de ser um time do Brasil, tradicional nesse tipo de competição. Era contado o time que não tinha ao menos um brasileiro jogando.
um recém chegado ao clube dos campeões continentais chega ao Mundial de Clubes com uma desenvoltura característica do seu continente. O "Todo Poderoso Mazembe" esse é o nome do time, ganhou o tradicional Pachuca, e alguns outros, e na semi-final, na estreia do Inter, a festinha africana do "Todo Poderoso", e a dancinha do goleiro Kidiaba, bem como de todo o time após o jogo, foi aplaudida, mas ficou entalada na garganta dos gaúchos.
Aí gauchada, bi mundial tá difícil, só o outro bi que os gaúuchos podem ser por enquanto.

sábado, 11 de dezembro de 2010

The Economist classifica o sistema escolar brasileiro como "muito ruim"

Não é de agora que o sistema escolar brasileiro anda mal das pernas. Aliás, desde que ele foi implantado como estatal pelo governo Getúlio Vargas. Desde que os governos tenderam a uma linha mais elitizada, as escolas públicas perderam a preferência por obras faraônicas.
Desde que o Populismo foi derrotado pelo militarismo elitista, que privou as classes populares do conhecimento acadêmico, as escolas públicas passaram a ser filtradas, apenas os melhores entravam na escola secundária, e posteriormente na universidade. Aos pobres, restava abandonar o estudo ou um curso técnico para ser operário, datilógrafo ou trabalhar na Petrobrás.
Desde então a qualidade das escolas públicas caiu, e muito. Mas devemos nos alegrar depois de oito anos de um governo popular, que faz mais por que mais precisa. Pois as escolas foram melhoradas, pois na época FHC, a revista The Economist classificou o sistema escolar brasileiro como desastroso.
Muito foi feito nas nossas escolas, muito ainda precisa ser feito, a classificação foi muito melhorada, mas dos 65 países analisados nós somos o 53º. Isso mostra uma preocupação dos nossos governantes anteriores com a educação, pois tínhamos uma escola desastrosa, que bestilizava e analfabetizava o povo. Uma escola de péssima qualidade quando era boa.
Agora temos escolas equipadas, mas que precisam ser melhoradas, melhoradas na formação de professores e gestores, cujas metodologias estão há muito com o prazo de validade vencido, modelos arquitetônicos que lembram prisões, quartéis, um lugar de disciplina e submissão, não de diversão, aprendizagem e produção de conhecimento.
Quando a escola tiver em mente que precisa mudar a cabeça dos indivíduos, e não dar-lhe apenas um diploma de burrice, de PHD em apertar parafusos, aí sim a escola será a escola ideal, a escola regular, ou boa, ou ótima, quem sabe até excelente segundo o estudo da The Economist.
A receita é simples, para de focar na formação do profissional e buscar formar o cidadão pensante, o Homo academicus, e não somente o Homo laboriusus. Só assim chegaremos ao grupo dos desenvolvidos, deixaremos de ser emergentes, e teremos uma boa escola pública, consequentemente, bons indicadores sociais

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Leitura indiscriminada

- O livro "Caçadas de Pedrinho" de Monteiro Lobato vai continuar sendo usado em sala de aula. Algumas frases que aparecem na história foram consideradas racistas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), que pediu que a obras fosse retirada das escolas. A partir de agora, o livro terá uma explicação sobre o contexto em que foi escrito. Algo parecido com o que uma edição já traz sobre a caça à onça. A editora deixa claro que a aventura aconteceu em uma época em que a espécie não estava ameaçada de extinção, nem os animais silvestres eram protegidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Para o ministro da Educação, Fernando Haddad não é o caso de tirar o livro das escolas.
- Décadas se passaram. Expressões que não eram consideradas ofensivas, hoje são. Mas, em se tratando de Monteiro Lobato, de um clássico brasileiro da literatura infantil, nós só temos que contextualizar, advertir e orientar sobretudo o professor sobre como lidar com esse tipo de matéria em sala de aula disse durante entrevista ao Bom Dia Brasil.
O clássico da literatura infantil "Caçadas de Pedrinho" foi publicado pela primeira vez em 1933.
Membros da Academia Brasileira de Letras (ABL) são contrários proposta de censura ao livro. Segundo os imortais, os "professores e formuladores de política educacional deveriam ler a obra e se familiarizar com ela". A ABL sugere ainda que os responsáveis pela educação estimulem uma leitura crítica por parte dos alunos.
Na internet também se multiplicaram as manifestações contrárias ao parecer. Um abaixo assinado, contra a restrição proposta pela CNE, já tem mais de 1.200 assinaturas.
Em nota técnica aprovada por unanimidade e publicada no Diário Oficial da União, o CNE decidiu que:
"A obra Caçadas de Pedrinho só deve ser utilizada no contexto da educação escolar quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos que geram o racismo no Brasil. Isso não quer dizer que o fascínio de ouvir e contar histórias devam ser esquecidos; deve, na verdade, ser estimulado, mas há que se pensar em histórias que valorizem os diversos segmentos populacionais que formam a sociedade brasileira, dentre eles, o negro."
Em outro trecho explica que vê como racista a abordagem da personagem feminina e negra Tia Anastácia e as referências aos personagens animais tais como urubu, macaco e feras africanas. "Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano, que se repete em vários trechos do livro analisado. A crítica feita baseia-se na legislação antirracista brasileira, a partir da promulgação da Constituição de 1988, na legislação educacional em vigor e em estudos teóricos que discutem a necessidade e a importância do trabalho com uma literatura antirracista na escola superando a adoção de obras que fazem referência ao negro com estereótipos fortemente carregados de elementos racistas."
A nota reproduz ainda resposta que a Coordenação Geral do Material Didático, responsável por distribuir o livro por todo o País, deu às perguntas feitas desde o início do processo de avaliação em junho: "(...) naturalmente, como toda leitura escolar, o livro será lido sob a supervisão de um professor que, como leitor maduro, saberá mostrar que trechos isolados não compõem uma obra e que na literatura não é a soma das partes que fazem o todo. Também não deixará de aproveitar para discutir com os seus alunos os aspectos da realidade que a obra busca representar, articulando a leitura do livro com outras leituras e com o próprio cotidiano da escola, do bairro, da cidade e do país. São critérios de avaliação: a qualidade textual, a adequação temática, a ausência de preconceitos, estereótipos ou doutrinações, a qualidade gráfica e o potencial de leitura considerando o público-alvo."
Em seguida, o documento diz que "cabe à Coordenação-Geral de Material Didático do MEC cumprir com os critérios por ela mesma estabelecidos na avaliação dos livros indicados, de que os mesmos primem pela ausência de preconceitos, estereótipos, não selecionando obras clássicas ou contemporâneas com tal teor".