Por Jodinaldo Lucena
A situação socioeconômica do Rio Grande do Norte é uma das piores do Brasil e da região nordeste. O RN é uma unidade da federação essencialmente agrária, pouco industrializada e de capitalismo atrasado, que mantém uma estrutura econômica semicolonial. O principal indicador do desenvolvimento econômico, o Produto Interno Bruto (PIB) atinge apenas 1% da participação nacional, resultado proveniente de atividades do comércio varejista, turismo e agropecuária.
As condições de vida e de miséria da população são expressões da alta concentração de renda (quarta maior do nordeste – PNAD 2008) e do atraso econômico. Os indicadores sociais 2010 apresentam taxas astronômicas de mortalidade infantil, analfabetismo e regime de trabalho semi-escravo.
Os veículos de comunicação do governo divulgam somente os dados ‘’positivos’’, isto é, aqueles que apontam o ‘’crescimento real’’ dos salários ou dos pontos percentuais de crescimento do PIB. Mas as tabelas de gráficos mágicas pouco explicam para os trabalhadores sobre o que eles realmente podem comprar com o salário que recebem!
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2009), somando as pessoas acima de 15 anos que não sabem nem ler e escrever (18%) com os analfabetos funcionais (28%), o RN tem 46% de analfabetos. Um dos maiores índices de analfabetismo do país Estes altos indicadores não podem ser explicados como sendo resultado do fracasso dessa política pública ou daquela isoladamente, é necessário investigar toda condição de miséria, pobreza e desemprego que atingem a população para explicar o analfabetismo.
O RN tem 259 mil pessoas em regime de miséria, recebendo até meio salário mínimo e 206 mil pessoas em regime de semi-escravidão, trabalhando em troca da comida ou habitação. Além da situação de miséria, o RN possui uma taxa de mortalidade infantil que voltou a se elevar nos últimos anos alcançando o percentual de 32% (PNAD 2009). São dados que revelam a condição de miséria da população.
De acordo com o PNAD 2009, apenas 15% dos domicílios possuem serviço de esgoto e computador conectado a internet no estado. Ou seja, nem os serviços considerados básicos estão acessíveis à maioria da população. É comum os chamados esgotos a céu aberto e a falta de saneamento básico é responsável por causar várias moléstias. Com relação à internet, a maioria das pessoas só tem acesso nos locais de estudo ou trabalho.
Na questão do emprego, entre 1, 47 milhões de pessoas ocupadas, a situação é a seguinte: 75.830 pessoas estão ocupadas na indústria, 78.962 pessoas estão ocupadas em serviços e 90.766 estão ocupadas no comércio (IBGE 2008).
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