Fazer uma revolução não é fácil. Por muito tempo se pensou em fazer revolução usando armas, ideologias desorientadas, coltadas para direção nenhuma, tendo com Norte a direção para qual o nariz aponta. Por muito se pensou em fazer revolução assim: “Todos unidos, punhos erguidos, vamos unidos lutar e vencer, trabalhadores no poder”. Mas para colocar os trabalhadores no poder é necessário dar-lhes a noção elementar do que é o poder.
Não adianta dar aos oprimidos o poder, o que vai acontecer se estes tomarem o poder é uma nova opressão dos antigos opressores. A ditadura, antes política, atualmente social, cultural e econômica permanecerá, mas ao invés de a burguesia oprimir o proletariado, o proletariado irá oprimir a burguesia. Assim não haverá revolução, apenas uma inversão da hierarquia de classes.
A revolução não começa com protestos de massas nas ruas, com boicotes ou impeachments, a revolução deve começar com a mudança de mentalidades, uma de cada vez, e só quando as mentes forem mudadas é que começarão a ser espalhados os panfletos e as massas vão às ruas. A revolução armada já foi experimentada e se deu como fracassada, é necessária uma revolução nas ideias.
Do que adianta matar ou depor um governante? De que adianta tirar alguém do poder se não se tem alguém qualificado para ocupar tal cargo. Não basta então apenas tirar o líder corrupto, tem que ter outra pessoa com conhecimento e astúcia suficientes para ocupar tal cargo. No Brasil contemporâneo, o revolucionário não pode mais ser o desinformado, o esporádico, o que age desorientadamente, como um xiita, ele tem que ser um acadêmico, um pensador, um agente social.
O povo brasileiro precisa ser desbestificado, descoisificado, desimbecilizado. Só assim é que ocorrerá de fato uma revolução, pois a verdadeira revolução é a que ocorre dentro da cabeça de cada um, a externalização disso, a organização de movimentos são apenas consequências disso. Só quando os ideólogos tomarem essa consciência é que teremos de fato uma revolução digna e tiraremos essa corja de crápulas que dizem administrar o país, os estados e as cidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário