A usina hidrelétrica de Belo
Monte tem sua construção idealizada nas proximidades de Altamira pretende
produzir o correspondente a 10% do consumo nacional de energia elétrica. Não é
descartada a sua importância para o progresso da nação, mas o que mais a impede
é o seu impacto não só com a floresta, que será inundada, mas também com o que
acontecera com os animais e seres humanos que vivem e precisam dessa floresta.
A mídia de alcance nacional,
interessada em favorecer os interesses dos grandes empresários, que serão os
únicos beneficiados com essa obra, tanto os que farão a obra, quanto os que se
beneficiarão com a distribuição e o uso dessa energia, se recusa a mostrar os
impactos negativos da implantação da usina. Mas citá-los-ei nas linhas abaixo.
O primeiro se trata da construção
da barragem, o solo amazônico é composto por areia, e boa parte de sua extensão
é de planícies, qualquer barragem no curso dos rios inunda uma grande área. A fauna
e a flora podem entrar em desequilíbrio, pois a Amazônia é um ecossistema muito
sensível. Como o solo é arenoso, parte da água irá infiltrar-se por ele,
podendo causar movimentos sísmicos e a água parada aquecida pelo sol, aumentará
a temperatura média no entorno do lago. As árvores submersas entrarão em
decomposição liberando na atmosfera uma infinidade de toneladas de carbono,
contribuindo para o aumento do aquecimento global.
Outro prejuízo é no que diz
respeito às lutas das pessoas que vivem na área que será inundada. Uma série de
movimentos ligados à terra e à preservação da floresta a ao que ela significa
para os que dela precisam. O Estado se divide, pois há os que defendem os que
defendem os interesses dos que vivem da floresta e os que defendem os
interesses dos que se beneficiariam com a obra, enquanto isso o debate se
arrasta.
Debates que envolvem outras
questões são enfatizados pela mídia dominante, mas outros, como estes, em que a
opinião da sociedade organizada contraria os interesses da mídia e dos grandes
empresários que a apóiam, simplesmente são ignorados, não chegam ao
conhecimento da grande massa. A imprensa está a serviço das classes dominantes,
mostram apenas o que não atrapalham ou apóiam o seu interesse.
Levanto aqui a seguinte
interrogação: Uma sociedade que desconsidera os interesses do que necessitam do
espaço para sobreviver e privilegia uma mínimalíssima parcela da população pode
ser dita democrática?
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