Frase da semana

A manifestação popular é a legitimação da democracia (Dilma Roussef)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Morte de indio Tupinambá por atraso no socorro médico agrava conflito entre indios e fazendeiros no sul da Bahia


A morte de um índio tupinambá, que teve o socorro impedido por pistoleiros, mostra que o clima, ontem, continuava tenso em Itaju do Colônia, no sul da Bahia, onde índios da tribo Pataxó Hã-hã-hãe disputam terras com fazendeiros. Por ordem do governador Jaques Wagner (PT), que criou uma “Força de Paz” para atuar na área conflitada, a segurança local passou a contar com o reforço de 20 homens da Polícia Militar, quatro da Polícia Civil, além do apoio de quatro grupamentos da Polícia Federal e três guarnições da Funasa/Funai. Eles se somarão à guarnição da Companhia Independente de Policiamento Especializado na Região Cacaueira (Cipe), que já atua naquela localidade, e prepostos da Polícia Federal.
Informes passados ao governador pelo comandante-geral da Polícia Militar na Bahia, coronel Alfredo Castro, dão conta de que apenas quatro propriedades rurais ainda não foram invadidas pelos índios. Ao todo, 46 fazendas foram “retomadas” pelos índigenas, que reclamam a posse de uma área de 54 mil hectares, numa ação de nulidade de títulos que aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O governador Jaques Wagner disse que, embora o assunto seja da alçada federal, vai continuar mediando o conflito para garantir a integridade de índios e fazendeiros. (A Tarde)

Chávez 'jura' que viverá e promete vitória eleitoral apesar de doença


Claudia Jardim
De Caracas para a BBC Brasil

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, viaja a Cuba nesta sexta-feira onde será submetido a uma nova cirurgia para retirada de uma lesão na região pélvica, mesmo local de onde foi extraído um tumor cancerígeno, no ano passado.
O novo problema de saúde do presidente extremece o panorama político do país, a apenas oito meses das decisivas eleições presidenciais de outubro.

O panorama político-eleitoral venezuelano mudou radicalmente esta semana, quando Chávez anunciou o aparecimento da nova lesão, que, de acordo com ele, tem "altas probabilidades" de ser mais um tumor maligno.
O que, até então, era só uma agenda polarizada, centrada na disputa entre Chávez e o candidato da oposição, se tornou "complexa" na opinião do analista político Carlos Romero, professor da Universidade Central da Venezuela.
"Muitos venezuelanos se perguntam sobre o futuro da estabilidade política no país, sobre o futuro do exercício no cargo da Presidência e sobre o futuro do processo eleitoral", disse Romero à BBC Brasil.
Na véspera da viagem à Havana, Chávez disse estar preparado para enfrentar o "pior dos cenários", porém, reiterou sua candidatura à Presidência e prometeu sair vitorioso das urnas.
"Se esse novo elemento que eu tenho aí encubado for maligno, iremos combatê-lo e expulsá-lo da mesma forma", disse Chávez, diante de centenas de simpatizantes em um ato governamental em homenagem a ele, realizado em um teatro no centro da capital.
"Tenham certeza que os guiarei, ainda na pior das dificuldades, a uma nova vitória em 7 de outubro", acrescentou.

Incógnita


A principal incógnita para governistas e opositores é se Chávez terá saúde para enfrentar a campanha eleitoral contra o centro-direitista Henrique Capriles Radonski, atual governador do estado de Miranda, vencedor das recentes eleições primárias da coalizão opositora.
"Ainda não sabemos o que foi pior, se a aparição do tumor no ano passado ou essa recaída agora", disse à BBC Brasil um alto funcionário do governo.
Para o analista político Miguel Tinker Salas, professor de História Latino-americana da Pomona College, da Califórnia, a concentração de poder na figura de Chávez - motivo de preocupação quando o câncer foi diagnosticado no ano passado - continua sendo o principal desafio do chavismo.
"Sua força e sua fraqueza estão em Chávez. É uma figura única que consegue captar o interesse e apoio da população, que transformou a realidade política do país, mas ao mesmo tempo, o fato de que o projeto de governo depende exclusivamente de Chávez é também seu ponto fraco", afirmou.
Tanto no núcleo principal do governo, como nos setores de base que apóiam o presidente, ninguém se atreve a contemplar um cenário eleitoral sem a liderança do presidente. A candidatura da oposição, por sua vez, vem apostando na estratégia de que Chávez é um "cavalo velho", que não poderá governar nos próximos seis anos.
Analistas apontam que, em 13 anos de governo, o chavismo não foi capaz de construir uma liderança alternativa, que acompanhasse o presidente na construção da chamada revolução bolivariana.
"O chavismo entra em uma situação difícil. A bandeira que Chávez representa como candidato é insubstituível", afirmou Romero.
São quatro os dirigentes políticos que aparecem com mais popularidade e poder na cúpula chavista, porém, sem projeção nacional: o vice-presidente, Elias Jaua, representante da ala esquerdista do governo; o chanceler Nicolás Maduro; o ministro de Energia e Petróleo Rafael Ramirez; e o menos popular, porém poderoso dentro das Forças Armadas, Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional e ex-ministro de Obras Públicas.
Outro "herdeiro" com menor projeção seria o irmão do presidente, Adán Chávez, governador do estado de Barinas.

Campanha

Se a nova lesão encontrada for maligna, Chávez terá de se submeter a tratamento com quimioterapia ou radioterapia. De acordo com médicos consultados pela BBC Brasil, este cenário implicaria pelo menos cinco meses de tratamento, o que obrigaria o mandatário a afastar-se do cenário político neste período.

Essa possibilidade pode transformar Chávez em uma espécie de candidato virtual - cuja candidatura seria impulsionada por seu comando eleitoral - que conta com o apoio dos movimentos sociais reunidos no chamado Pólo Patriótico.
Se este cenário se consolidar, será a primeira vez em 13 anos que Chávez estaria fora do "corpo a corpo" eleitoral com a população em caravanas, nas quais costuma escutar queixas de seus simpatizantes, reforça antigas promessas e, por consequência, angaria votos e fidelidade.
Para o analista político Miguel Tinker Salas, professor de História Latino-americana da Pomona College, da Califórnia, uma campanha com Chávez doente será "complicada" para o chavismo.
"O projeto do governo continua baseando-se na lógica de que sem Chávez, não há chavismo".
Analistas concordam que ainda é cedo para prever a possível reação do eleitorado venezuelano diante da situação de saúde do presidente.
No ano passado, Chávez teve um aumento de cerca de 10 pontos em sua popularidade depois que foi diagnosticado com câncer.
Esse comportamento do eleitorado, no entanto, pode mudar.
"A experiência indica que a primeira reação popular diante de uma enfermidade é solidariedade, mas é eleitoralmente volátil", afirmou o analista Luis Vicente León, presidente da Consultoria Datanalisis.

A oposição espalha rumores de que a aliança chavista poderia solicitar ao Conselho Nacional Eleitoral o adiamento as eleições por alguns meses, o que daria a Chávez mais tempo para recuperação. O governo não confirma essa hipótese.

Unidade

Um dos desafios para o chavismo será manter a unidade no governo na ausência do presidente. Chávez deverá ser operado entre segunda e terça-feira e deverá permanecer alguns dias internado em um hospital, em Havana, durante a recuperação.
Assim como ocorreu no ano passado, quando foi operado para a retirada de um câncer, o presidente venezuelano disse que continuará governando, de Cuba. O vice-presidente Elias Jaua, deverá coordenar o gabinete.
Chávez pediu unidade aos membros do governo e disse que a população sabe o que fazer em caso de "dificuldade", sem especificar de que tipo.
"Tenho certeza de que vocês sabem. (...) O povo (sabe) o que tem que fazer diante de qualquer dificuldade", disse em transmissão por cadeia de rádio e tv.
O presidente venezuelano anunciou a equipe que estará encarregada da campanha e tornou pública quais serão as linhas de discussão durante o debate eleitoral.
"Temos que colocar ênfase nos êxitos da revolução. (...) Temos que demonstrar o que se perderia no futuro no caso nefasto de que a burguesia volte a governar a Venezuela", disse.
Apesar do visível esforço em demonstrar entusiasmo, era nítido o semblante de preocupação de Chávez e de todo seu gabinete na noite da quinta-feira. Ao se despedir da multidão, Chávez prometeu derrotar o câncer.
"Juro que viverei e os acompanharei rumo a novas vitórias", disse.

Farinha pouca, meu pirão primeiro


Essa frase ainda é usada em muitos lares como uma metáfora para criticar as pessoas que são egoístas, egocêntricas e as que só pensam em si, de modo que quando sobra tempo pensam apenas nelas mesmas. É um jargão utilizado para refutar a atitude historicamente impregnada no DNA do brasileiro.
O individualismo está em nossa cultura desde os primeiros tempos, desde que o pensamento antropocêntrico foi trazido pelos europeus. Com o vírus do capitalismo implantado em suas veias, movidos a interesses próprios levaram os nativos do litoral bem como a ubirapitanga à quase extinção. O mesmo aconteceu com o ouro, que serviu apenas para bancar os luxos de um certo Rei José.
A famosa Lei de Gérson, que diz que devemos levar vantagem em tudo, nos tornou tão individuais que pode-se tranquilamente dizer que  o brasileiro não existem, mas sim os “brasileiros”, não digo isso no sentido positivo, de que devemos valorizar a diversidade em todos os sentidos. Mas digo no sentido negativo, pois levamos a diversidade ao extremo, chegamos à individualidade. Não formamos um país ou uma nação, formamos um conglomerado de quase 200 milhões de indivíduos.
Nem se pode dizer que seria um formigueiro humano, como São Paulo, Rio de Janeiro ou Salvador, isso porque formigas não desperdiçam comida enquanto outras passam fome, formigas não se exibem luxuosamente enquanto outras estão sem um teto ou com frio. Formigas não escravizam as outras.
Deveríamos nos envergonhar de ser brasileiro quando vejo um mendigo na calçada e ignoramo-lo, quando não prestamos socorro a alguém para não sujar o banco do carro. Quando dispensamos o afago de um familiar por um telefonema com um amigo.
O brasileiro é solidário apenas no “Teleton” ou no “Criança Esperança”, faz gestos solidários apenas para ganhar uma camiseta ou um adesivo que diz: “eu ajudo a instituição X ou Y”, e o faz buscando a autopromoção. Aí pergunta-se: o brasileiro, ou melhor, os brasileiros são mesmo um povo solidário, ou se a farinha é pouca o meu pirão vem primeiro?

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sobre a desordem, a balbúrdia e a calamidade pública



O Carnaval é uma festa que surgiu na Europa com o objetivo de garantir uma boa conduta na Quaresma. Isso mesmo, o Carnaval é uma festa na qual os desejos da carne são liberados, para que seja garantido o jejum espiritual durante a Quaresma, período que antecede a Páscoa, no qual Jesus jejuou. Olhando por esse lado o Carnaval é uma festa religiosa, mas basta chegar aos trópicos para que todo esse caráter aparentemente religioso desaparecer.
O Brasil é um país conhecido internacionalmente não pela inteligência e potencial de seu povo, mas por ser um país onde imperam a balbúrdia e a promiscuidade, isso se confirma quando estrangeiros se referem ao país como o país do Carnaval, o país do futebol, o paraíso das mulatas.
O carnaval, que na Europa é uma festa popular, no Brasil se tornou uma festa de caráter elitista, cada vez mais fechada, na qual o povo, a classe trabalhadora, principal financiadora da festa, é cada vez mais excluída. Isso se nota pelo preço dos abadas, pelo preço dos camarotes, pelos que participam da festa. No Carnaval de Salvador há mais turistas que baianos na Avenida, e o circuito no centro da cidade em áreas nobres, evidenciam mais ainda esse caráter. No Carnaval de Salvador, a classe trabalhadora aparece em todos os momentos da festa, aparece antes montando a estrutura, aparece durante, tentando (embora muitas vezes em vão) manter a ordem, segurando as cordas que excluem a sua própria classe da festa, e depois, limpando a sujeira que filhinhos de papai, baianos ou não deixaram nas ruas.
 No carnaval, todo tipo de atrocidade é percebida entre um bloco. Prova disso é que, segundo alguns turistas estrangeiros, eles foram orientados em além-mar a procederem sempre de maneira cautelosa, uma vez que, segundo os agentes de viagens europeus, os brasileiros costumam agir de forma animalesca durante o carnaval.
A balbúrdia não pára por aí, e só confirma o discurso europeu. Como se não bastasse, o pandemônio se instala: brigas, tiroteios, assassinatos. O uso de drogas ilícitas aumenta em proporções cataclísmicas, e o pudor parecer ser algo de outro mundo. As roupas cada vez menos respeitosas, e seres que se dizem racionais cruzam ao ar livre, assim como os outros irracionais. Como se não bastasse, o caldo sudoríparo junto com a troca constante de fluidos orgânicos, quer seja pelo beijo ou pela cópula, praticados inconsequentemente no circuito da festa, é um excelente transmissor de doenças infecto-contagiosas ou DST’s. o humorista Felipe Netto não mentiu ao dizer que em um carnaval se pega SIDA pelo ar.
No Carnaval se morre mais do que durante todo o ano em Salvador, os acidentes de trânsito são em maior número e cada vez mais trágicos. A quantidade de médicos, enfermeiros e paramédicos escalados, bem como de policiais é algo assustador, durante o ano nem se percebe que existe durante o ano, para completar, nota-se que, quando é para mostrar os turistas e à imprensa, há sempre policiais e ambulâncias bem equipados, a cidade limpinha, mas para o povo, só ferro.
O carnaval ultimamente tem sido apenas uma fonte de renda, e que renda, para o Estado e para a imprensa, bem como pra os empresários que lucram horrores com os camarotes e trios elétricos. Estes em nada investem na festa, só na parte de diversão; o Estado arca com a segurança e a limpeza da sujeira deixada pelas festas. Bem como os gastos com publicidade, feitos pelo Estado para atrair foliões, que se fossem revertidos em saúde, educação, segurança em bem-estar social, como propôs Danillo Gentili, seria bem melhor para a imagem do país. Realmente, é melhor morrer no país do carnaval do que viver no carnaval desse país.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Egito adia anúncio de eleições e dá sinal de disputa política



Autoridades do Egito adiaram a confirmação da data da primeira eleição presidencial desde a saída de Hosni Mubarak do poder, no que seria um sinal de discordância entre as lideranças políticas do país sobre o pleito.
Em uma entrevista coletiva convocada neste domingo, a comissão eleitoral egípcia apenas expressou "esperança" de que o processo possa ser concluído até o fim de maio
O presidente da comissão, Faruq Sultan, disse a uma TV local que o problema está na organização dos votos de egípcios que moram no exterior.
Mubarak deixou a Presidência em 11 de fevereiro de 2011, depois de 18 dias de protestos populares, no quais morreram centenas de pessoas.
A junta militar que assumiu o poder enfrenta a permanente contestação de manifestantes que exigem uma transferência de poder imediata aos civis.
Eleições parlamentares já foram realizadas no Egito, formando um congresso dominado por partidos islâmicos, principalmente pela Irmandade Muçulmana.

Batalha nos bastidores

O correspondente da BBC no Cairo Jon Leyne diz que era esperada a confirmação de uma data em junho para as eleições, mas, depois de um longo preâmbulo, a comissão meramente expressou suas esperanças para o cronograma.
Leyne diz que o atraso sugere uma batalha de bastidores sobre o momento certo da entrega do poder aos civis.
O presidente da comissão disse à rede de TV Nile News que o ministro das Relações Exteiores pediu mais tempo para organizar o voto dos egípcios que moram no exterior.
Sultan afirmou que as candidaturas ainda precisam ser entregues até 10 de março, e que o cronograma de votação deve ser divulgado depois disso.
De acordo com as regras definidas em um referendo no ano passado, o presidente terá um mandato de quatro anos, podendo ser reeleito uma vez.
Mais cedo, o integrante da comissão eleitoral Ahmed Shams el-Din disse a jornalistas que a eleição vai começar nos primeiros dias de junho e terminar na última semana do mês, caso haja necessidade de segundo turno.
Pressão pela transição
A junta militar que governa o Egito, chamada Conselho Supremo das Forças Armadas e liderada pelo marechal-de-campo Mohamed Hussein Tantawi, está sendo pressionada para antecipar as eleições para maio.
No entanto, ela alertou que não vai se curvar às exigências para acelerar o processo de transição, em meio a ameaças de uma campanha de protestos por ativistas pró-democracia.
O Conselho prometeu entregar o poder depois da eleições presidenciais, mas ativistas temem que ela venha a tentar manter sua influência.
Mubarak está sendo julgado sob acusação de ordenar a morte de manifestantes, o que ele nega.

Documentos revelam pressão dos EUA para investigar se Chaplin era comunista


Novos documentos divulgados recentemente pelos Arquivos Nacionais da Grã-Bretanha revelam que o astro do cinema Charlie Chaplin foi alvo de uma investigação do serviço britânico de inteligência, depois que o governo dos Estados Unidos o acusou de ser comunista.
No entanto, os documentos – que foram disponibilizados na internet – não apresentam qualquer indício de que Chaplin tenha sido comunista.

Durante a investigação, o serviço britânico MI5 não conseguiu sequer identificar com certeza o local de nascimento do artista ou seu nome verdadeiro.
Os agentes americanos do FBI acreditam que o nome real de Chaplin era Israel Thornstein, mas os britânicos nunca conseguiram achar a certidão de nascimento do artista.
Perseguido pelo governo americano, Chaplin foi impedido de retornar aos Estados Unidos em 1952, apesar de morar no país por mais de trinta anos.

Nascimento e espionagem

O arquivista Edward Hampshire mostrou à BBC os dois arquivos sobre Charlie Chaplin que foram revelados este ano.
O primeiro deles é do começo dos anos 50 e está cheio de recortes de jornais. Entre os artigos antigos, há um documento da embaixada americana pedindo que o governo britânico investigue se Chaplin é ou foi membro do partido comunista.
As autoridades americanas também perguntam se existe qualquer menção ao artista no Pravda, o principal jornal da era soviética.
Hampshire revela também que nunca foi encontrada a certidão de nascimento de Chaplin. Em 1920, o astro do cinema recebeu um passaporte das autoridades britânicas.
"Na ocasião, as autoridades estavam satisfeitas com a declaração de que ele havia nascido em Londres, mas não foi encontrada nenhuma certidão nas buscas que se fez em Sommerset House [prédio turístico de Londres que abrigava os arquivos oficiais de nascimento] na época", disse o arquivista.
Uma fonte não-revelada havia sugerido que Chaplin nasceu na França. A hipótese foi investigada pelo governo britânico, mas nunca foi comprovada. Na época, também se especulou que ele teria nascido na Rússia ou no Leste Europeu.
Um segundo documento revelado agora, pede que o governo americano investigue se Chaplin era espião do governo soviético e se seu nome real era Israel Thornstein. A correspondência da época revela que a inteligência britânica nunca achou provas que embasassem esta tese

Sem empregos e educação, milhões ficam à margem de crescimento brasileiro


Júlia Dias Carneiro e Paula Adamo Idoeta
Da BBC Brasil no Piauí e em São Paulo

Ao chegar de carro por uma estrada de terra arenosa, uma placa dá as boas-vindas a Assunção do Piauí, "a capital do feijão". Mas as letras desbotadas, quase apagadas, deixam claro que a principal atividade econômica local já viu melhores dias.
Na pequena cidade, a 270 km de Teresina, as colheitas fracas estão fazendo muitos desistirem de plantar feijão.

"Aqui é assim, a gente só trabalha no escuro. Num ano dá e no outro não dá", diz a dona de casa Francisca Pereira Moreno, mãe de cinco filhos.
Depois de conversar com alguns moradores de Assunção, perguntar onde cada um trabalha parece perder sentido. Os principais empregos da cidade são na prefeitura local, mas para adultos como Francisca, que não sabe ler nem escrever, a única opção está na roça ou nos serviços domésticos. Sem alternativas, a maioria sobrevive do Bolsa Família.
"Tem que ter o Bolsa Família. Porque a renda aqui do feijão não está dando dinheiro. Dá R$ 60, R$ 70", diz Francisca.
A cidade é um dos retratos de um Brasil que ficou praticamente à margem do crescimento econômico nacional registrado nos últimos anos e que tem colocado o país próximo de economias consideradas de primeiro mundo como a Grã-Bretanha.
Apesar do recuo constante da pobreza desde o início do Plano Real, em 1994, e da emergência da classe C, na última década, o país ainda tem focos de pobreza extrema que se caracterizam por baixo rendimento domiciliar, acesso limitado a serviços como saúde e educação e poucas perspectivas de trabalho para os moradores locais.

Oportunidades insuficientes


“Com o crescimento e a geração de empregos, uma parte da população saiu da pobreza extrema. (Mas) as oportunidades não foram suficientes para todos – sobraram os com menos condições de aproveitar, como os que não tinham vínculos com o mercado de trabalho ou acesso à Previdência e à assistência social”, explicou Rafael Osório, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
Segundo o Censo 2010, em média 8,5% da população brasileira ainda vive com renda per capita mensal de até R$ 70. Isso equivale a cerca de 16,2 milhões de pessoas – praticamente a população do estado do Rio de Janeiro.
Com 7,5 mil habitantes, Assunção do Piauí, visitada pela BBC Brasil em janeiro, teve em 2010 o 10º pior rendimento per capita domiciliar do país – uma média de R$ 137 reais, contra R$ 1.180 de São Paulo.
A taxa de analfabetismo é de quase 40% entre pessoas com 15 anos ou mais. A cidade tem quase 1.500 famílias beneficiárias do Bolsa Família.
"Muitos ficam na fila de espera (do programa) porque Assunção já extrapolou a cota que o Ministério do Desenvolvimento estipula para cada cidade", diz a assistente social Ana Alaídes Soares Câmara, que trabalha no Centro de Referência de Assistência Social da cidade.

‘O terço mais difícil


Desde o Plano Real, a pobreza caiu 67% no Brasil, algo inédito na série estatística, disse à BBC Brasil o pesquisador Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FGV. “Falta o último terço, que é o mais difícil da jornada.”
Para Neri, é possível que o número de extremamente pobres seja até menor do que o estimado pelo Censo, se for levada em conta a renda obtida em transações não monetárias, como trocas e agricultura familiar.
“Pelo Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, também do IBGE), essas pessoas seriam 5,5% da população”, disse o pesquisador da FGV.
A incerteza a respeito do tamanho dessa população revela, na verdade, uma boa notícia: como o grupo de extremamente pobres está cada vez menor, eles ficam pouco representados na amostra geral dos brasileiros, explicou Rafael Osório, do Ipea.
“As pessoas extremamente pobres são mais difíceis de se investigar. Algumas sequer são achadas, não interagem com o Estado, não têm documentos, e o acesso a elas é complicado”, disse.
Além disso, a pobreza extrema não é apenas uma questão de renda: diz respeito também à falta de acesso a serviços básicos, como saneamento, moradia e educação de qualidade, e ao isolamento em relação ao mercado de trabalho.

Faltam atividades econômicas

Mas, um relatório do Ipea tenta traçar um perfil desse Brasil que demora a crescer: em 2009, 41,8% das famílias extremamente pobres eram formadas por casais com uma a três crianças; 29% eram agricultores e 34% eram inativos (não trabalhavam nem procuravam emprego).
Dados do Censo 2010 indicam que muitos desses bolsões extremamente pobres se concentram em cidades de porte mediano, de entre 10 mil e 50 mil habitantes.
“São cidades onde faltam atividades econômicas”, explicou Osório. “Muitas têm poucos atrativos para empresas e dependem cada vez mais de políticas sociais, e algumas têm um vácuo generacional (sua população economicamente ativa migra em busca de empregos).”
Mas o pesquisador ressalva que não se trata de uma população fixa e estagnada: “Uma parcela tem rendimento incerto e transita entre uma camada de renda e outra. É o caso, por exemplo, de um guardador de carro – se ele ficar doente, perde a renda (e passa a figurar entre os extremamente pobres)”.

Estratégias

Como, então, combater essa pobreza extrema?
A presidente Dilma Rousseff lançou como uma das prioridades de seu governo o programa Brasil Sem Miséria, que tem a ambiciosa meta de erradicar a pobreza extrema até 2014 e que foca as pessoas com renda per capita mensal de até R$ 70.
Iniciado em junho do ano passado, o plano contém ações que complementam o Bolsa Família, com programas para fomentar o emprego, a capacitação profissional e atividades econômicas locais, bem como o aumento da oferta de serviços públicos como saúde, educação e saneamento.
Os especialistas ouvidos pela BBC Brasil elogiam o foco estabelecido pelo programa, mas o projeto tem óbvias dificuldades em levar serviços, renda e oportunidades para as pessoas mais excluídas

“É preciso localizar (as populações empobrecidas), levar serviços públicos, com agentes sociais. É algo mais caro, mais artesanal”, afirmou Neri, da FGV.
Para Osório, uma alternativa seria aumentar os valores pagos pelo Bolsa Família. “A maior parte dos extremamente pobres já faz parte do programa. Se aumentarem os valores, daremos um baque na pobreza.”
Mas os pesquisadores concordam que o grande estímulo para a saída da pobreza é a geração de empregos – e o desafio do Brasil é conseguir gerar vagas em áreas mais pobres justamente num momento de desaceleração econômica.
"Gerar empregos depende, em última instância, da economia", disse Osório. "E o cenário é adverso, apesar de ser o melhor caminho. Isso pode não ocorrer com a mesma intensidade do que nos anos de crescimento.

O perfil dos extremamente pobres

Apesar das dificuldades em perfilar a população mais carente, um estudo de agosto de 2011 do Ipea traz algumas características dessas pessoas, a partir de um universo estudado entre 2004 e 2009:
- 41,8% das famílias extremamente pobres eram casais com uma a três crianças
- Na média geral, essas famílias tinham 4,2 pessoas
- Muitas viviam em moradias precárias ou sob risco
- 29% eram produtores agrícolas e 34% eram inativos (não trabalhavam nem procuravam emprego)
- Entre famílias rurais de municípios pequenos, a incidência de pobreza extrema era mais de duas vezes superior à média nacional
- Muitos são pequenos produtores rurais, incapazes de produzir excedente que gere renda; não têm conexão regular com o mercado de trabalho e podem passam períodos desempregados

Maria Iraneide Moreno, e Tamires. Foto: Júlia Carneiro – BBC Brasil
Cerca de 20% da população de Assunção do Piauí depende do Bolsa Família. (Foto: Júlia Carneiro – BBC Brasil)

Definindo a pobreza extrema

Grupo cada vez menor no Brasil, os extremamente pobres ficaram mais difíceis de serem estimados:
- Segundo o Censo 2010, cerca de 16,2 milhões de pessoas vivem com até R$ 70, em média, de renda domiciliar per capita. O número serviu como base para o Brasil Sem Miséria. Mas o próprio IBGE faz recortes diferentes, falando também em 12 milhões de pessoas com renda nesse patamar (excluindo os "sem rendimento").
- Marcelo Néri, da FGV, acha o número superestimado e prefere usar os dados do Pnad, citando cerca de 10 milhões de pessoas nessa situação
- Estudo do Ipea calculava, em 2009, 8,7 milhões de pessoas vivendo com menos de R$ 67, contra 15 milhões em 2004
Divergências numéricas à parte, especialistas concordam que a pobreza extrema vai além da mera questão de renda. Diz respeito também à falta de acesso a empregos, serviços básicos, educação e perspectivas.


Acordo grego pode estar próximo, mas incertezas permanecem


Ministros das Finanças da zona do euro declararam nesta segunda-feira estarem otimistas de que um acordo para a aprovação de um pacote de resgate financeiro de 130 bilhões de euros (R$ 293 bilhões) para a Grécia pode ser aprovado em breve, embora ainda restem detalhes a serem acertados e dúvidas sobre o poder de recuperação econômica do país.
"Acredito que todos estão trabalhando para um acordo e estamos cada vez mais otimistas", disse a porta-voz do Ministério das Finanças alemão, Marianne Kothe.
Antes do encontro de representantes dos países da zona do euro em Bruxelas, nesta segunda-feira, o ministro das Finanças francês, François Baroin, disse que "temos todos os elementos para (fechar) um acordo".
Embora ressaltasse que existe um "consenso político" sobre o acordo, Kothe disse que sua "forma técnica" ainda está sendo debatida.
Uma questão a ser discutida é sobre a sustentabilidade da dívida grega. O pacote é baseado na prerrogativa de que a dívida grega será reduzida dos atuais 162% do PIB para 120% em 2020.
Mas cálculos do FMI sugerem que a dívida será de 129% em 2020. A Comissão Europeia estima que esta ficará entre 122% e 123% do PIB naquele ano.
A diferença de seis ou sete pontos percentuais representa um furo orçamentário de 12 a 15 bilhões de euros.
Além dos 130 bilhões de euros, o acordo prevê o cancelamento de 100 bilhões de euros da dívida grega junto a bancos privados que aceitaram uma redução de 70% do que a Grécia deve a eles. Em troca, ele devem receber pagamentos imediatos em dinheiro e novos bônus com vencimento em 30 anos.

Consequências

Este é o segundo pacote de resgate financeiro para a Grécia. A ajuda de 110 bilhões de euros em 2010 não foi o bastante para a recuperação da economia do país
No domingo, milhares foram às ruas de Atenas protestar contra novas medidas de austeridade aprovadas pelo governo para reduzir seus gastos. O país demitirá 150 mil funcionários públicos até 2015, o salário mínimo será reduzido em 22% e aposentadorias de mais de 1,3 mil euros (R$ 2.900) terão corte de 12%.
O desemprego atualmente é de 20% (48% entre os jovens) e ocorreu um aumento de 25% do número de sem-teto no passado.
Uma em cada cinco pessoas em condições de pobreza na Grécia não pode comprar uma refeição com carne a cada dois dias.
O editor da BBC para a Europa, Gavin Hewitt, afirma que "é difícil lembrar de outra ocasião em que cortes assim foram exigidos de um país em queda livre econômica".
"O desafio para a União Europeia é enorme e definirá sua reputação no futuro: estariam eles resgatando um país ou ajudando a quebrá-lo?"

Irã anuncia exercícios militares para proteger instalações nucleares


As atividades, que devem acontecer a partir da noite de segunda-feira no sul do país, teriam o objetivo de deter "todas as possíveis ameaças, especialmente para locais públicos e centros nucleares importantes".
"Os exercícios tem como meta reforçar as defesas antiaéreas integradas do país", disse o comunicado.
Cresce a especulação de que Israel possa atacar militarmente instalações nucleares do Irã.
No final do ano, o Irã fez exercícios militares nas proximidades do estreito de Hormuz, na entrada do Golfo Pérsico, lançando vários mísseis.
O Irã ameaçou bloquear a passagem, por onde passam 20% das exportações de petróleo do mundo, em retaliação contra as sanções ocidentais ao programa nuclear iraniano.
Também nesta segunda-feira, inspetores nucleares da ONU iniciaram uma visita de dois dias nas instalações nucleares do país.
O governo iraniano afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos, embora parte da comunidade internacional acredite que o Irã pretenda desenvolver armas atômicas.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Morre primeira vítima de meningite C em 2012 na Bahia


Um homem morreu de meningite C em Salvador, segundo confirmou nesta segunda-feira (13) a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab). Esta foi a primeira vítima de meningite C na Bahia em 2012. Segundo a Sesab, o resultado dos exames laboratoriais do homem, de nome e idade não divulgados, confirmaram a doença. Tiago Moraes, de 28 anos, passou mal na segunda-feira e buscou atendimento no Hospital Português, onde foi atendido e liberado no mesmo dia, segundo a TV Bahia. Na quinta ele passou mal novamente e voltou ao hospital, morrendo no sábado (11). A Sesab informou também que já foram registradas este ano 13 casos do tipo mais grave da doença em Salvador. No ano passado, foram registrados na Bahia 1.670 casos, com 108 óbitos. Já na capital baiana o número foi menor, de 1.047 casos com 53 óbitos. A doença pode acometer indivíduos de qualquer idade e é causada por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, parasitas e fungos. O grupo etário de maior risco são as crianças menores de 5 anos, mas as crianças menores de 1 ano são mais suscetíveis à doença.
Fonte: Correio da Bahia

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Sobre a Violência contra a mulher

Como descrito em meu perfil, sou estudante da faculdade de História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Culturalmente, criou-se o jargão de que o historiador, ou professor de história é um homem-enciclopédia, alguém que tem de saber um pouco sobre todas as coisas e quase tudo sobre alguma coisa, na qual ele é especialista. Esse é o peso da profissão.
Recentemente, após ver na televisão uma série de reportagens e ficar sabendo que uma amiga vem sendo violentada pelo esposo pensei muito no que escrever, venho pensando sobre isso nos últimos dias, mas agora, com as modificações, mais que necessárias à Lei Maria da Penha, percebo a importância de escrever sobre o tema.
Como manda o figurino, começarei tentando encontrar uma explicação (uma vez que nada justifica) histórica para a violência contra a mulher, isso mesmo, com um pouco de arrogância, afirmo, para quase tudo há uma explicação a ser dada pela História.
A sociedade brasileira foi formada a partir de homens, homens que pelo sonho de uma vida melhor saíam de Portugal a fim de uma vida melhor, vinham para o Brasil, uma sociedade maciçamente masculina, cujas mulheres eram, em sua maioria nativas, ou africanas escravizadas.
Essas mulheres, assim como as de hoje, são vítimas do patriarcalismo, o homem chefe de família, pensa que todos estão à sua disposição, que todos os demais integrantes da família, assim como a casa, o que há dentro dela, o carro, etc. são propriedades dele, e, como proprietário tem total direito de fazer o que bem entende.
Com uma legislação sempre atrasada em relação à conformação da sociedade, qualquer avanço em relação à proteção dos que são, de certa forma indefesos, ou prejudicados: mulheres, crianças, afro descendentes,  indígenas, idosos, homo-afetivos é bem-vindo. Mas há os ultra conservadores, como o nosso deputado Jair Bolsonaro, um perfeito sacripanta, um típico fascista, racista, homofóbico, que vê qualquer avanço na legislação como um retrocesso à supremacia branca masculina.
Ao traçar um perfil do homem que agride a mulher ou os filhos, nota-se que é um frustrado, um verdadeiro covarde, pois não tem coragem de enfrentar os que lhe causam descontentamento. Não enfrentam os superiores no trabalho por medo de perdê-lo, não enfrentam quem lhe xinga no trânsito com medo de apanhar no meio da rua, não enfrenta os amigos pois não quer perder a reputação, tampouco dentro de casa, pois não aceita que a mulher tenha o devido tratamento, então sobra para quem não pode se defender, ou melhor, não podia. Mas ainda falta o conhecimento necessário acerca da legislação a esses grupos que são violentados.
Mas um aviso aos agressores, as leis estão aí, ECA, Maria da Penha, Estatuto do Idoso, Estatuto da Igualdade Racial, e a polícia, juntamente com a justiça, estão dando toda força às mulheres. Quer um conselho, se torna um homem de verdade e trate aos outros como devem ser tratados, principalmente os que fazem da sua satisfação um objetivo de vida, respeite, ame, abrace, diga que ama sua mulher, a final, já se foi o tempo em que porrada em mulher era sinônimo de amor, já deixamos de morar nas cavernas há algumas dezenas de milhares de anos.
E mulher, não se envergonhe, disque 180, idoso, indígena, afro descendente, indígena, homo afetivo, não tenha medo, disque 100 caso seja vítima de preconceito, agressão, algum tipo de violência, física, moral ou psicológica, precisamos dar um basta isso.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sobre o direito de greve




A imprensa diz uma coisa, o governo diz outra, o Comando Geral da PM diz uma outra e para completar os grevistas dizem outra coisa mais diferente ainda.

Assembléia após assembléia os grevistas vão empurrando a paralisação contrariando as posições do Comando e do Estado. Após negociações e a intervenção do Exército e da Guarda Nacional os policias desocuparam a Assembléia Legislativa, o Comando Geral da Polícia Militar anunciou hoje que a greve está acabada e os policiais que não retornarem ao serviço serão punidos de alguma forma.

Entre as incontáveis perguntas feitas a que mais se ouviu foi acerca da (i) legalidade da greve. Pergunto: até que ponto uma greve é democrática?

Segundo a nossa Constituição, a Democracia está acima de qualquer coisa em nosso país, nada deve ameaçá-la. A mesma Constituição permite aos cidadãos o direito de greve. Aí é que entra o conflito ao redor do qual gira a questão: Democracia, segundo os mais diversos dicionários, significa poder que emana do povo, não só o poder de escolher governantes, mas o acesso a direitos fundamentais, o direito de trabalhar, comprar, vender, ir, vir, o direito ao conhecimento acadêmico, político, econômico, saúde, escolarização e segurança de qualidade.

Isso mesmo, segurança de qualidade, isso porque sem segurança não se é possível o acesso a nenhum dos direitos acima sinalizados, e portanto, quando a segurança é ameaçada, a democracia também é, assim sendo, não há constitucionalidade em qualquer movimento que ponha em risco a democracia, a liberdade de ir, vir, ficar, passar, a liberdade de comprar, vender, aprender, ensinar...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Polícia no Brasil: uma força mal paga e com vestígios da ditadura

Por Por Claire de Oliveira  

A greve dos policiais na Bahia reflete o mal-estar de uma corporação historicamente mal paga e coloca em evidência a necessidade de modernizar esta força que ainda utiliza métodos herdados da ditadura militar (1964-1985), segundo analistas.
Na terça-feira, as negociações para pôr fim à greve fracassaram, em meio ao cerco militar aos cerca de 200 policiais entrincheirados há uma semana no Assembleia de Salvador.
A paralisação da Polícia Militar gerou uma onda de saques, incêndios e mais de 120 assassinatos em nove dias, mais do que o dobro da semana anterior, o que obrigou o governo brasileiro a enviar tropas para garantir a segurança do estado.
Estes policiais militares armados (a PM) prometeram "resistir" se forem desalojados à força. Mais de mil soldados cercam a Assembleia desde domingo.
O Brasil tem uma das maiores taxas de homicídios do mundo - cerca de 40 mil por ano, segundo o Ministério da Justiça -, dois terços cometidos com armas de fogo. A esta violência soma-se a impunidade dos criminosos e a corrupção policial.
"No Brasil, o policial é mal pago e isto abre caminho para a corrupção. Está mal preparado e é violento e isso gera muito medo na população. Não foi educado para a democracia, continua sendo um produto da ditadura militar", disse à AFP Walter Maiorevitch, ex-secretário nacional antidrogas.
"O Brasil não pode ainda garantir a segurança pública em um Estado federal. São 27 estados dotados de seus próprios organismos policiais e judiciais que não se comunicam entre eles", acrescentou Maiorevitch.
Existem três tipos de forças de segurança no Brasil: a Polícia Federal (PF) - com melhor formação e mais bem remunerada - e as polícias Civil e Militar de cada um dos 27 estados.
Um projeto de unificação das polícias Civil e Militar aguarda há anos na Câmara.
"Temos um problema histórico de baixa remuneração. Houve promessas feitas durante a campanha eleitoral e depois Dilma Rousseff retrocedeu. Isto gerou insatisfação na polícia", disse à AFP Sandro Costa, da ONG Viva Rio, que milita pela paz e pelo desenvolvimento social.
Segundo Costa, "a tendência é que as reivindicações dos policiais aumentem" porque nos últimos meses a PM dos estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará e São Paulo já fizeram greve e obtiveram promessas de reajustes salariais até 2015.
"Agora o Rio se prepara; uma convocação de greve foi lançada para sexta-feira", acrescentou Costa, informando que Brasília é que possui os melhores salários, enquanto as do Rio estão entre as de salários mais baixos, 1.200 reais iniciais.
"O Congresso Nacional deve mudar a lei para reformular o treinamento e o monitoramento dos policiais", declarou o deputado estadual pelo Rio de Janeiro Marcelo Freixo, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as milícias em 2008 e ameaçado de morte desde então.
"A PM responde a um código que data da ditadura militar. Além disso, não há representante do setor. Não fizemos uma transição democrática neste setor", disse.
Para a especialista em violência Alba Zaluar, da Universidade do Estado do Rio, "é evidente que a estrutura militar da PM e dos bombeiros não funciona mais".
"Sua formação é para a guerra, não para proteger o cidadão. Devem ter outra formação, com um plano de carreira. São militares, não podem se sindicalizar e sua situação salarial é complicada", completou.

Cala-se a voz de Wando

Na manhã de quarta feira, 08/02, a voz de  Wanderley Alves dos Reis, o Wando, dono de uma voz inconfundível, cantou as trilhas sonoras de muitos amores. mais de 40 anos de carreira, mais de 30 discos lançados, e sucessos que até hoje estão na boca do povo.
Sua carreira de cantor iniciou-se em 1969 e o sucesso veio em 1973 quando gravou seu primeiro disco na Discos Copacabana. Compôs para outros medalhões da MPB, como Jair Rodrigues, que no ano de 1974 gravou “O Importante é Ser Fevereiro”. Em 1975, Ângela Maria gravou "Vá, mas Volte". “A Menina e o Poeta” foi gravada por Roberto Carlos em seu álbum de 1976. "Moça" (1975), "Chora Coração" (1985), que fez parte da trilha sonora da telenovela Roque Santeiro, e, principalmente, "Fogo e Paixão", lançado no álbum O Mundo Romântico de Wando, de 1988, foram seu maiores sucessos.
Em 27 de janeiro de 2012, Wando foi internado na UTI de um hospital em Belo Horizonte com problemas cardíacos graves. Foi submetido a uma angioplastia de emergência e passou a respirar por aparelhos.[3][4] Sua morte, por parada cardiorrespiratória, foi anunciada às 8 horas da manhã de 8 de fevereiro de 2012 no Biocor Instituto em Nova Lima, Minas Gerais. Wando descansou, mas estará sempre vivo nos rádios e lojas de discos, na internet, na boca do povo

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Entre o Caos e o Pandemônio


2012 começa bem para os brasileiros, mais um BBB, mais ministros demitidos pela Dilma, mais crise econômica na Europa, mais crise política no mundo árabe. Em terras brasílicas um estupro que se foi de fato ninguém sabe ninguém viu, a Luísa está de volta, a PM da Bahia está em greve, e o pintinho piu.
Essa é a parte do aos, o pandemônio viça para a trágica, tríade do terceiro trimestre: agosto setembro e outubro, e para complementar tamanho absurdo, no final do décimo mês ainda tem segundo turno. Só em Cachoeira o cabo eleitoral do candidato da situação prometeu entregar mais de 70 obras, em oito meses. Será que dá tempo? Talvez sim, assim como os estádios para a Copa de 2014 e o metro de Salvador.
Para nossa sorte, a eleição acaba em outubro, o BBB em abril, e enquanto o povo se mata nas ruas: além de bala perdida, tem banheiro explodindo, e já virou joguinho de computador e chegou em São Paulo, a chuva na região serrana do Rio e na Zona da Mata mineira, agora só em janeiro de 2013, provavelmente mais um imposto será criado, certamente a CPC, Contribuição Provisória para a Copa.
Enquanto isso a crise continua, a banda toca, a banda explode e o povo... continua sorrindo, tem Campeonato Brasileiro, Libertadores (Será que o Corinthians vai finalmente ser campeão?) e político roubando, encosta deslizando, e como se diz no interior da Bahia, o fumo entrando, e vamos pra mais um ano.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O QUE DEVE SER ENSINADO NOS ENSINOS FUNDAMENTAL E MÉDIO?[1]


Por: Everton Marques de Carvalho[2]

Antes de começar a estudar sobre Ensino de História tinha a concepção de que “o Ensino de História era uma disciplina que deveria tratar de como deve ser a aula de História, de como o professor deve moldar os conteúdos estipulados pelo planejamento e pelo currículo escolar para torná-los agradáveis aos estudantes”.
Noto que essa era uma concepção diferente (para não dizer errada). Os textos lidos e comentados em sala de aula, as orientações do professor, e as leituras autônomas, mas orientadas, me mostraram que essa minha concepção sobre Ensino de História precisava ser reformulada.
O Ensino de História deve ter como objeto de pesquisa as temáticas trabalhadas na sala de aula. Partindo da concepção da História Social Vista de Baixo, de que a função da História é dar a quem a estuda uma noção de identidade (SHARPE, 1992), e da proposta de Nicholas Davies (As camadas populares nos livros de História do Brasil, 1997), que propõe um ensino de História que tenha a função de prover os estudantes de um conhecimento que seja capaz de melhorar a sociedade a qual vivem.
Somando essas concepções prévias sobre ensino de História, com o que foi explanado até agora na disciplina, percebo que o Ensino de História tem como objeto as temáticas abordas nas aulas de História, os conteúdos, o que deve ser trabalhado especificamente dentro de cada conteúdo, esse deve ser o objeto de estudo do Ensino de História enquanto disciplina acadêmica, enquanto campo de estudo.
Outra conclusão que os estudos que até agora foram realizados na disciplina permitem fazer é a proposta por Nicholas Davies (As camadas populares nos livros de História do Brasil, 1997), que propõem uma aula de História (nas escoas de Ensinos Fundamental e Médio) na qual o temas trabalhados sejam pertinentes  à classe social dos estudantes, que os grandes movimentos sociais sejam estudado tendo em vista a participação das pessoas da classe social dos estudantes.
Isso faz com que os estudantes, principalmente os oriundos das classes média-baixa e baixa, classes que acabam por ser excluidas da cena histórica, se sintam sujeitos ativos, portadores de História, criando assim, como propõe Jim Sharpe, uma identidade histórica, e um consequente gosto pelo estudo da História e consequentemente pelas outras disciplinas acadêmicas a qual tem de estudar.


Referências

DAVIES, Nicholas. “As camadas populares nos livros de História do Brasil.” Pinsky, Jaime (Org.). O Ensino de História e a criação do fato. 7ª Ed. São Paulo: Contexto, 1997. pp. 93-104.
SHARPE, Jim. “A História vista de baixo.” BURKE, Peter (Org.). A escrita da História: novas perspectivas. Trad. Magda Lopes. São Paulo: Editora Unesp, 1992. pp. 39-62.



[1] Atividade avaliativa apresentada à Disciplina Laboratório de Ensino de História, ministrada pelo Professor Sérgio Armando Diniz Guerra Filho, no 5º período da Licenciatura em História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
[2] Graduando em História pela UFRB, em Pedagogia pela Faculdade Adventista da Bahia,
e-mail: everton.mdecarvalho@yahoo.com.br.