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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Sobre a Violência contra a mulher

Como descrito em meu perfil, sou estudante da faculdade de História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Culturalmente, criou-se o jargão de que o historiador, ou professor de história é um homem-enciclopédia, alguém que tem de saber um pouco sobre todas as coisas e quase tudo sobre alguma coisa, na qual ele é especialista. Esse é o peso da profissão.
Recentemente, após ver na televisão uma série de reportagens e ficar sabendo que uma amiga vem sendo violentada pelo esposo pensei muito no que escrever, venho pensando sobre isso nos últimos dias, mas agora, com as modificações, mais que necessárias à Lei Maria da Penha, percebo a importância de escrever sobre o tema.
Como manda o figurino, começarei tentando encontrar uma explicação (uma vez que nada justifica) histórica para a violência contra a mulher, isso mesmo, com um pouco de arrogância, afirmo, para quase tudo há uma explicação a ser dada pela História.
A sociedade brasileira foi formada a partir de homens, homens que pelo sonho de uma vida melhor saíam de Portugal a fim de uma vida melhor, vinham para o Brasil, uma sociedade maciçamente masculina, cujas mulheres eram, em sua maioria nativas, ou africanas escravizadas.
Essas mulheres, assim como as de hoje, são vítimas do patriarcalismo, o homem chefe de família, pensa que todos estão à sua disposição, que todos os demais integrantes da família, assim como a casa, o que há dentro dela, o carro, etc. são propriedades dele, e, como proprietário tem total direito de fazer o que bem entende.
Com uma legislação sempre atrasada em relação à conformação da sociedade, qualquer avanço em relação à proteção dos que são, de certa forma indefesos, ou prejudicados: mulheres, crianças, afro descendentes,  indígenas, idosos, homo-afetivos é bem-vindo. Mas há os ultra conservadores, como o nosso deputado Jair Bolsonaro, um perfeito sacripanta, um típico fascista, racista, homofóbico, que vê qualquer avanço na legislação como um retrocesso à supremacia branca masculina.
Ao traçar um perfil do homem que agride a mulher ou os filhos, nota-se que é um frustrado, um verdadeiro covarde, pois não tem coragem de enfrentar os que lhe causam descontentamento. Não enfrentam os superiores no trabalho por medo de perdê-lo, não enfrentam quem lhe xinga no trânsito com medo de apanhar no meio da rua, não enfrenta os amigos pois não quer perder a reputação, tampouco dentro de casa, pois não aceita que a mulher tenha o devido tratamento, então sobra para quem não pode se defender, ou melhor, não podia. Mas ainda falta o conhecimento necessário acerca da legislação a esses grupos que são violentados.
Mas um aviso aos agressores, as leis estão aí, ECA, Maria da Penha, Estatuto do Idoso, Estatuto da Igualdade Racial, e a polícia, juntamente com a justiça, estão dando toda força às mulheres. Quer um conselho, se torna um homem de verdade e trate aos outros como devem ser tratados, principalmente os que fazem da sua satisfação um objetivo de vida, respeite, ame, abrace, diga que ama sua mulher, a final, já se foi o tempo em que porrada em mulher era sinônimo de amor, já deixamos de morar nas cavernas há algumas dezenas de milhares de anos.
E mulher, não se envergonhe, disque 180, idoso, indígena, afro descendente, indígena, homo afetivo, não tenha medo, disque 100 caso seja vítima de preconceito, agressão, algum tipo de violência, física, moral ou psicológica, precisamos dar um basta isso.

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