Frase da semana

A manifestação popular é a legitimação da democracia (Dilma Roussef)

quarta-feira, 28 de março de 2012

FINALMENTE UMA BOA NOTÍCIA NO BRASIL


Na Bahia está proibida e execução em público de músicas com conteúdos que ofendam as mulheres, homoafetivos e incentivem a violência.

As músicas que tiveram a execução proibida estão na boca do povo, se proliferaram, e iniciaram uma depravação do gênero feminino não só na Bahia, mas onde essas músicas são executadas. Em um artigo anterior, intitulado Liberdade em Demasia fiz uma explanação sobre essas músicas, na qual a permissão de tais músicas acaba por ser um retrocesso a todas as conquistas que as mulheres vêm conquistando nos últimos anos.

SOBRE O PAPEL DO TRABALHO NA DISTRIBUIÇÃO CAPITAL E NA HIERARQUIZAÇÃO SOCIAL


1.      Introdução
O que diferencia o homem dos demais animais é a sua alta capacidade de organizar-se de organizar-se no individual e socialmente. Os outros animais, aparentemente irracionais, resumem o seu trabalho à busca de alimentos e à defesa do território, isso quando há especializações entre os ditos irracionais. Mas, na maioria dos casos, todos os integrantes do grupo buscam alimentos. O trabalho dos animais ditos irracionais não gera excedentes, quando gera são suas fezes, que são totalmente utilizadas pelo meio-ambiente.
O homem, um ser que se diz racional, focou seu trabalho na produção de excedentes, supérfluos, uma ação que gera um bônus imenso, mas um ônus maior ainda. A busca pela qualidade de vida e por uma maior longevidade, por um trabalho físico cada vez menor, para alguns, levou a uma imensa especialização de funções no trabalho que é exclusiva do homem, e que determina o grau de desenvolvimento de cada sociedade. As especializações no trabalho vão desde a divisão das tarefas na família, ao que geógrafos chamam de DIT, Divisão Internacional do Trabalho.

TREMENDO NAS BASES


Os Estados Unidos sempre se orgulharam de serem uma das forças militares mais temidas do mundo, seu poderio militar é tanto que operam várias guerras ao mesmo tempo e uma simples ameaça de guerra já é suficiente para que atendam as suas exigências.
A guerra pelo controle de reservas de petróleo no Oriente Médio desencadeou uma crise econômica que colocou em cheque o seu posto de superpotência.

domingo, 25 de março de 2012

Escola de Racismo na África do Sul, uma verdadeira vergonha.


O documentário "Afrikaner Blood" (Sangue Africâner, em português), das holandesas Elles van Gelder e Ilvy Njiokiktjien, ganhou o primeiro prêmio do concurso World Press Photo 2012 na categoria multimídia. O vídeo mostra adolescentes sul-africanos brancos que vão para um acampamento de verão organizado por um grupo racista de extrema-direita.
De acordo com as produtoras do documentário, o grupo Kommandokorps está ensinando garotos africâneres a "evitar a visão de Nelson Mandela de uma nação arco-íris multicultural".

EUA pedem que Austrália e países asiáticos condenem lançamento de foguete norte-coreano


Uma autoridade dos Estados Unidos afirmou que o lançamento de um foguete da Coreia do Norte, em abril, poderá afetar uma área entre a Austrália, Indonésia e Filipinas, segundo o jornal australiano Sydney Morning Herald.
O vice-secretário de Estado americano, Kurt Campbell, teria pedido que os três países condenassem o lançamento.
A Coreia do Norte informou que o foguete será lançado e sua trajetória será diferente, em direção ao sul, uma mudança em relação à uma rota usada anteriormente pelos norte-coreanos, em direção a leste, sobre o Japão.
O governo da Coreia do Norte afirma que o objetivo do lançamento do foguete é colocar um satélite em órbita, mas os Estados Unidos e outros países afirmam que o lançamento servirá de fachada para o teste de um míssil de longo alcance, o que poderia significar que os norte-coreanos tem um sistema para lançamento de armas nucleares.

Justiça Eleitoral torna Vanderlei Luxemburgo inelegível


RIO - O técnico do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo, foi condeado pela Justiça Eleitoral de Tocantins, em primeira instância, por inscrição fraudulenta em domicílio eleitoral. A sentença foi publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial do Tribunal Regional Eleitoral de Tocantins.
O juiz eleitoral Gilson Coelho, da 29ª Eleitoral de Palmas, destacou na sentença que Luxemburgo não é reincidente no crime e, ao invés de condená-lo a 1 ano e meio de prisão, converteu a pena em prestação de serviços comunitários e ao pagamento de multa equivalente a 100 salários mínimos que serão destinados ao Centro Educacional Nossa Senhora de Lourdes.

Santa Sé e México impulsionarão tratado internacional contra comércio armas


Alberto Cabezas.
Guanajuato (México), 24 mar (EFE).- O Governo do México e a Santa Sé acertaram neste sábado trabalhar mais estreitamente "na necessidade de conseguir um tratado internacional sobre comércio de armas pequenas e leves", cuja proliferação "favoreceu a ação criminosa da delinquência organizada".
A este compromisso chegaram em Guanajuato, centro do México, o papa Bento XVI e o presidente Felipe Calderón durante uma reunião de trabalho que se tornou o encontro político mais importante da primeira visita apostólica do papa ao México, informou a Presidência mexicana após o encontro.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Comunidade internacional condena golpe militar no Mali


A comunidade internacional condenou nesta quinta-feira os soldados do Mali que derrubaram o governo do presidente Amadou Toumani Toure.
Os Estados Unidos se juntaram à França e à União Africana para condenar o golpe, pedindo uma restauração imediata da constitucionalidade no país.
Um porta-voz dos rebeldes disse que os soldados levariam o país de volta ao estado democrático assim que a unidade nacional e a integridade estivessem asseguradas.
Observadores dizem que o motim aconteceu depois que o exército foi expulso de cidades no norte do país por combatentes do povo Tuaregue. Os soldados dizem não ter recebido apoio e armas do governo para a perseguição a grupos insurgentes.

terça-feira, 20 de março de 2012

Sudão do Sul deve desmobilizar crianças-soldados, diz enviada da ONU


Os líderes do Sudão do Sul parecem comprometidos a desmobilizar as cerca de 2 mil crianças-soldados que ainda servem no Exército do país, disse nesta segunda-feira a enviada especial da ONU Radhika Coomaraswamy.
Segundo Coomaraswamy, há entre as mais altas autoridades do Sudão do Sul a determinação de assegurar que o antigo exército rebelde se enquadre dos padrões internacionais.
A enviada da ONU diss que a condenação, na semana passada, do líder de milícia do Congo Thomas Lubanga pelo Tribunal Penal Internacional envia uma forte mensagem de que aqueles que exploram crianças-soldados serão punidos.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Geógrafo Aziz Ab’Saber morre, aos 87 anos, vítima de infarto


Aziz Ab´Saber foi autor de estudos e teorias fundamentais para o conhecimento dos aspectos naturais do Brasil. Ele desenvolveu pesquisas nas áreas de ecologia, geologia, arqueologia e geografia.
Morreu, nesta sexta-feira (16), em São Paulo, um dos geógrafos mais importantes do Brasil. Aziz Ab’Saber, de 87 anos, foi vítima de um enfarto em casa.
O corpo de Aziz Ab’Saber vai ser velado na Universidade de São Paulo onde ele se formou em 1944 e desenvolveu sua carreira acadêmica. Nascido em São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo, Aziz Ab’Saber foi autor de estudos e teorias fundamentais para o conhecimento dos aspectos naturais do Brasil.

Prefeitura de Vitória da Conquista assegura às travestis e transexuais utilização do nome social


Uma das principais bandeiras de luta de travestis e transexuais é o direito de utilizar o nome social - aquele que não corresponde ao registrado na certidão de nascimento, mas a forma pela qual elas se reconhecem e desejam ser tratadas nos ambientes públicos e privados de maneira geral. Desde o dia 14 de fevereiro, a Prefeitura de Vitória da Conquista sancionou o Decreto 14.273 que garante a utilização do nome social por essa parcela da população em todos os órgãos da Administração Municipal, como unidades de saúde, escolas e serviços sociais. A medida é uma demonstração de respeito à identidade de gênero das travestis e transexuais e faz parte de uma série de ações desenvolvidas pelo Governo Municipal, com o objetivo de contribuir na promoção da cidadania, independente da orientação sexual das pessoas.
O nome social poderá ser utilizado no preenchimento de fichas de cadastros, formulários, prontuários, registros escolares e documentos semelhantes e para atendimento nos serviços prestados por qualquer órgão ou entidade municipal. Ele será imediatamente adotado a pedido das pessoas maiores de 18 anos ou do responsável, quando for de interesse da criança ou adolescente. O decreto também assegura que o nome social será utilizado para se referir a essas pessoas, evitando no convívio social a utilização do respectivo nome civil. (Ascom)

Cachoeira: Assalto a luz do dia

Um assalto foi registrado no Centro de Cachoeira na manha desta quinta-feira 15/03 as 08h50min horas, dois meliantes, um com brucutu de arma em punho, rendeu os três funcionários da empresa MMA, estabelecimento comercial localizado ao lado da câmera de vereadores e a menos de 200 metros do posto policial. Segundo informações de uma das vítimas, os dois entraram no estabelecimento e anunciaram o assalto e pediu que todos permanecessem calados e não reagissem, obrigaram um dos funcionários a subir para o andar superior, enquanto saqueavam os outros na parte inferior, levando celulares e uma moto da empresa. A Polícia Militar foi acionada, empreenderam diligências mas não obteve êxito. O SOU MAIS COLIGADO, sabe que a segurança para o cidadão é responsabilidade do estado, mas volta a sugerir ao prefeito, a necessidade urgente de implantar, ou reativar a guarda municipal se já existe, para dar apoio à segurança no município, como muitas outras cidades fazem, além de enviar projeto de lei, que pode ser batizado como “OLHO VIVO", para ser votado pelo legislativo municipal, que prevê a instalação e monitoramento de câmeras de segurança no centro comercial da Cachoeira.

Fonte: http://soumaiscoligado.blogspot.com/2012/03/cachoeira-assalto-luz-do-dia.html

Análise: Síria e Líbia trilham caminhos distintos na luta por mudança


Rana Jawad
Da BBC News em Trípoli (Líbia)
Tanto sírios como líbios se rebelaram contra décadas de governos ditatoriais em seus países. Passado um ano desde que essa revolução começou, por que os dois países árabes vivem realidades tão diferentes?
Houve um momento, durante o levante na Líbia, em que a população local assistiu com preocupação aos desdobramentos transmitidos pela TV.
Ao mesmo tempo, eles assistiam aos sírios repetindo em casa o levante contra um presidente que os reprime há décadas.
Os líbios pensaram que suas próprias necessidades seriam esquecidas enquanto a Síria se tornaria a prioridade internacional. Agora vemos o quanto eles estavam errados.

Sobre a inocência, a demência e a imbecilidade de muitos brasileiros


O brasileiro é um povo fácil de ser manipulado. A Lei de Gérson (levar vantagem em tudo o que for possível) e o pensamento de que levamos a vida que Deus julga ser melhor para nós faz com que aceitemos passivamente o que nos é dado. Sofremos com a Ditadura e por termos o direito de votar em governantes que não cumprem o que prometem, e extorquem do povo o que deveria ser retorno dos tributos pagos pelos trabalhadores, já é motivo de alegria para muitos.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Governo admite rever obras ‘não essenciais’ da Copa de 2014




Jefferson Puff
Da BBC Brasil, em São Paulo

Apesar de manifestar confiança de que estádios e aeroportos estarão prontos para a Copa do Mundo 2014, o governo federal já admite rever obras "não essenciais" e sinaliza estar buscando "atalhos" para acelerar os preparativos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Tropas americanas em alerta para represálias no Afeganistão após massacre


As tropas dos Estados Unidos no Afeganistão foram colocadas em alerta após o assassinato de 16 civis por um militar americano.
Autoridades temem represálias depois que o militar atacou famílias afegãs em vilarejos próximos a uma base em Kandahar. Os corpos das vítimas, entre elas nove crianças e três mulheres, foram encontrados na madrugada de domingo.
O talebã prometeu vingar as mortes e disse que os assassinatos foram cometidos por "selvagens americanos".
Em seu website, a Embaixada dos Estados Unidos em Cabul alertou cidadãos americanos no Afeganistão que "como resultado do trágico tiroteio na província de Kandahar, envolvendo um militar americano, há um risco de sentimentos anti-americanos e protestos nos próximos dias, especialmente nas províncias no leste e sul do país".
O incidente acontece pouco tempo depois que militares dos Estados Unidos queimaram cópias do livro sagrado muçulmano, o Corão, em uma base no Afeganistão provocando reações violentas no país.

HRSAJ: Adolescente fica paraplégica após cirurgia de hérnia umbilical


Uma jovem de 17 anos, há 25 dias, foi submetida a uma cirurgia de hérnia umbilical no Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, de acordo com sua mãe Rosa Cláudia, a jovem ficou paraplégica após a intervenção cirúrgica. A senhora Rosa Cláudia, alegou também sua filha não conseguiu mais movimentar as pernas e ao procurar o médico, ele informou que seria normal e após o efeito anestésico a jovem voltaria a andar, porém o tempo foi passando e Cláudia continua vendo sua filha sem conseguir se locomover. 
Ainda segundo a genitora, o cirurgião afirmou-lhe que sua filha teria que ir para o Hospital Sarah, passar por uma fisioterapia motorizada de aparelhos para que fosse possível o retorno aos movimentos. 
Rosa Cláudia alegou que não tem condições para fazer tal tratamento, aproveitando a oportunidade pede as autoridades de Santo Antônio de Jesus, que se comovam e ajudem sua filha, "minha filha tem apenas 17 anos, necessita andar, ela é uma adolescente, pelo amor de Deus, me ajudem", concluiu.
Reportagem: Voz da Bahia - Letícia Oliveira

sábado, 10 de março de 2012

QUADRILHA: PRF desarticula quadrilha de roubo de veículos que atuava em Feira e Salvador

Policiais do Grupo Tático Operacional (GPT) da Delegacia PRF de Simões Filho desarticularam, na manhã desta sexta-feira (9), uma quadrilha de roubo de veículos que atuava em Salvador e Feira de Santana. A ação ocorreu na BR-324 durante abordagem a um Gol branco, de placa JMG 2563, conduzido por Gilmar dos Santos Santana, 36 anos, que seguia para a capital. Ao revistar o veículo, os policiais constataram que o carro estava com a placa clonada, sendo a verdadeira placa AIU 8523. Com o condutor, foi encontrado uma chave de um veículo Ford Ka, que segundo Gilmar também era roubado - e estaria no Hospital da Mulher em Feira de Santana - e uma quantia de R$ 580,00, valor que seria usado para pagamento de uma parcela de um veículo roubado que teria adquirido. O acusado, informou que duas pessoas estariam aguardando por ele na Rodoviária de Salvador para receber o pagamento. Diante da informação, PRFs do GPT e do Núcleo de Inteligência armaram um esquema e prenderam mais duas pessoas que estavam em um outro veículo roubado: Alisson dos Santos Ramos, 31 anos, e Jeferson Ribeiro Barbosa, 22 anos. O veículo em que estavam, um Cross Fox, placa NYM 7824, também possuía ocorrência de roubo.Todos foram encaminhados à Delegacia Judiciária de Furtos e Roubos, em Salvador.


quarta-feira, 7 de março de 2012

Cabaceiras do Paraguaçu comemora aniversário de Castro Alves


Em 14 de março, o Dia da Poesia é comemorado em todo o país. Mas, Cabaceiras do Paraguaçu, município do recôncavo baiano situado a 170 quilômetros de Salvador, tem um motivo a mais para celebrar a data. Afinal, lá nasceu Castro Alves (14.03.1847 – 06.07.1871), o poeta de ideais abolicionistas e autor de obras como Espumas FlutuantesVozes D’África e O Navio Negreiro. Para marcar os 165 anos do nascimento do trovador baiano, a Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (DIMUS/IPAC), em parceria com a Prefeitura Municipal de Cabaceiras do Paraguaçu, preparou uma programação especial que inclui concurso de declamação de poesias, apresentações musicais e feira cultural.

ONU elogia combate ao tráfico em favelas no Brasil


Maurício Moraes
Da BBC Brasil em São Paulo
Na contramão da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, a Comissão Global de Política sobre Drogas defende a descriminalização do consumo de narcóticos e diz que o maior efeito da luta anti-drogas foi aumentar a violência no mundo.
A comissão, presidida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e integrada por outros notáveis como os ex-presidentes da Colômbia, César Gaviria, e do México, Ernesto Zedillo, diz que a guerra contra as drogas, da foma como é travada hoje, é um esforço perdido.
Assessor especial de FHC e coordenador do Secretariado da comissão, o diplomata Miguel D’Arcy diz que é "preciso mudar a perspectiva moralista e focar em uma visão de saúde pública".
Porta-voz da comissão, D’Arcy diz que "o grande beneficiário da política proibitiva é o traficante", e não o cidadão, a quem tais políticas teriam como objetivo proteger.
Leia a entrevista.
BBC Brasil – Como o senhor classifica a política para drogas que hoje predomina no mundo?
Miguel D’Arcy – No momento em que vários presidentes latino-americanos abrem a discussão para a descriminalização do consumo de drogas, muitas organizações ainda promovem uma política meramente repressiva, que é ineficaz e precisa ser mudada.
Agências importantes da ONU como a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o Alto Comissariado de Direitos Humanos têm consciência de que a política repressiva traz consigo um aumento no poder do narcotráfico, violações de direitos humanos e o enfraquecimento da governança democrática.
Já outras agências como a Junta (Internacional de Fiscalização) de Entorpecentes mantêm uma linha dura, em total dessintonia com as discussões atuais, o que provoca uma esquizofrenia no sistema das Nações Unidas, que não fala uma voz única, e sim contraditória.
BBC Brasil – Porque a comissão considera a política repressiva falha?
Miguel D'Arcy. Arquivo Pessoal
Para Miguel D'Arcy, após anos de repressão, o tráfico e o consumo de drogas continuam em alta no mundo
D’Arcy – Os números falam por sim. Essa política tem como objetivo erradicar a produção, o tráfico e o consumo. E os números disso continuam altíssimos em todos os continentes. Há toda uma série de efeitos negativos, como o aumento da corrupção e a violação de direitos humanos .
BBC Brasil – O que a comissão propõe?
D’Arcy – A comissão propõe a descriminalização do porte de todas as drogas por parte dos consumidores. Não adianta criminalizar e colocar a pessoa na cadeia, onde o consumo é as vezes até mais fácil. Veja os Estados Unidos, onde há centenas de milhares de presos e o consumo não diminui. É preciso mudar a perspectiva moralista e focar em uma visão de saúde pública. Isso já vem ocorrendo na Europa e na América Latina. No Brasil, o STF (Supremo Tribunal Federal) já deu entendimento de que o porte para consumo não é crime. Se quisermos diminuir os danos causados pela droga, é preciso dar ênfase à prevenção e ao tratamento.
BBC Brasil – A descriminalização seria para todas as drogas ou para narcóticos mais fracos, como a maconha?
D’Arcy – Descriminalização do consumo de todas as drogas. É preciso ter coragem para discutir as coisas como elas são. No caso da maconha, é a droga mais usada e a base do poder do narcotráfico. Não há base científica para tratá-la diferente do tabaco. A revista Lancet, uma publicação científica reconhecida, fez uma hierarquia de drogas lícitas e ilícitas. O tabaco e álcool foram classificados como mais nocivos que a maconha. Não foram cientistas hippies quem disseram isso, foi gente séria.
BBC Brasil – Há disposição política para a discussão?
Comissão Global de Política sobre Drogas
Liderado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o grupo foi criado em 2011 como um desdobramento da Iniciativa Latino-Americana para Drogas e Democracia.
Integram a comissão os ex-presidentes da Colômbia, César Gavira, do México, Ernesto Zedillo, o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o ex-secretário do Tesouro dos EUA, Paul Volcker, os ecritores Carlos Fuentes e Mario Vargas Llosas, entre outros.
D’Arcy – Veja a América Latina. O México hoje trava uma guerra perdida. Não tem nenhum outro país que tenha feito mais para erradicar a droga como a Colômbia. Claro que a política contra os narcóticos aumentou a segurança do país nos últimos anos, mas a produção não diminuiu. Há várias lideranças, como o ex-presidente Ernesto Zedillo, no México, e o próprio presidente Juan Manuel Santos, da Colômbia, que defendem a discussão. O presidente da Guatemala (Otto Pérez Molina), que é um militar conservador, já disse que é preciso uma política de regulação da maconha, da mesma forma como se faz com o tabaco.
BBC Brasil – Mas a descriminalização isoladamente em alguns países surtiria efeito, visto que o tráfico atua como um sistema internacional?
D’Arcy – O argumento que um país sozinho não pode fazer nada é paralisante. Portugal e Suíça já deram passos nesse sentido. Quando os portugueses descriminalizaram, os americanos não aprovaram. Mas eles foram em frente, e os resultados são hoje muito positivos. É preciso entender que o grande beneficiário da política proibitiva é o traficante. É como nos tempos da Lei Seca, nos Estados Unidos, quando surgiram Al Capones e muita violência.


Comissão presidida por FHC defende descriminalização das drogas


Maurício Moraes
Da BBC Brasil em São Paulo

Na contramão da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, a Comissão Global de Política sobre Drogas defende a descriminalização do consumo de narcóticos e diz que o maior efeito da luta anti-drogas foi aumentar a violência no mundo.

Moradores de favelas desafiam projetos de Copa e Olimpíada, diz NYT


Os planos de fazer da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 os símbolos maiores de um Brasil mais avançado estão sendo atrapalhados por impasses com moradores de favelas, greves no setor de construção civil e escândalos de corrupção, afirma uma reportagem do jornal americanoThe New York Times.
Em texto publicado nesta segunda-feira, com destaque na primeira página do jornal, o correspondente Simon Romero expõe conflitos causados por desapropriações em favelas, que vêm ocorrendo para dar lugar a instalações olímpicas ou a projetos de infraestrutura urbana.
A reportagem expõe o exemplo da Vila Autódromo, uma comunidade de 4 mil moradores na zona oeste do Rio, que, segundo o jornal, tem sido uma “pedra no sapato” do governo por vários meses.
Os moradores do local, de acordo com o New York Times, lutam para não ser removidos da área onde será construído o Parque Olímpico, que reúne as principais instalações para os Jogos de 2016.

Símbolo de ascensão

New York Times afirma que, embora os megaeventos esportivos sejam vistos por muitos brasileiros como a maior expressão da ascensão do país no palco mundial, os seus preparativos têm sido conturbados devido à tensão gerada pelas remoções, entre outros fatores.
Moradores de favelas do Rio estão usando redes sociais para propagar suas mensagens, em uma resistência que contrasta com a facilidade com que autoridades chinesas removeram milhares de pessoas de seus locais de moradia para as Olimpíadas de Pequim, em 2008, afirma a reportagem.
Uma rede de ativistas espalhada pelas 12 cidades brasileiras que serão sedes da Copa do Mundo, citada pelo jornal americano, diz que até 170 mil pessoas podem passar por ações de despejo nos preparativos para a Copa e a Olimpíada.
A resistência, de acordo com o NYT, ganha força com a cobertura da mídia local e de blogs independentes.
A reportagem afirma ainda que o desejo de trabalhadores de construção civil de receber sua fatia do crescimento econômico do país está provocando greves de operários do setor, que pressionam por salários mais altos.
Pelo menos oito cidades já registraram paralisações nas obras de estádios que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014.
Na avaliação do jornal, a cultura política do Brasil também têm contribuído para gerar atrasos nos preparativos, com escândalos de corrupção envolvendo autoridades esportivas.

Dilma culpa crise europeia por baixo crescimento e cobra solução de Merkel


Enviado especial da BBC Brasil a Hannover

Dilma Rousseff e Angela Merkel em Hannover. AFP
Dilma e Merkel testam um tablet a prova d'água durante a Cebit, na Alemanha
A presidente Dilma Rousseff responsabilizou nesta terça-feira a crise nos países desenvolvidos pela desaceleração econômica nos países emergentes e cobrou dos líderes europeus uma solução para o problema que não prejudique as economias em desenvolvimento.
As declarações de Dilma foram feitas após uma visita, ao lado da chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, à feira de tecnologia CeBIT, em Hannover, que neste ano tem o Brasil como país-parceiro.
Com Merkel ao seu lado, Dilma afirmou que "não só os países desenvolvidos estão sofrendo pressões nas suas taxas de crescimento, mas também os países emergentes".
O Brasil fechou 2011 com um crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto.
"Na verdade, o que tem acontecido é que os países emergentes têm visto suas taxas de crescimento diminuir", afirmou a presidente.
"Nós acertamos que cada governo, entendendo os problemas das suas respectivas regiões, vai buscar as melhores formas de cooperação no sentido de ultrapassar este período, que é um período adverso para a economia internacional", disse.
Dilma afirmou que "o governo brasileiro terá uma posição proativa no sentido de ampliar cada vez mais a taxa de crescimento no Brasil de forma sustentável, respeitando o equilíbrio macroeconômico com finanças públicas e uma estrutura fiscal sólidas".
Voltando-se a Merkel, a presidente disse ainda que gostaria de contar com investimentos de empresas alemãs no Brasil para ajudar nesse esforço de crescimento, principalmente nas áreas de infraestrutura e na organização dos grandes eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada.
Pressão cambial
A premiê alemã é a principal defensora, dentro da União Europeia, das medidas de cortes de gastos e austeridade fiscal como mecanismos para a retomada da confiança dos mercados sobre a saúde das economias europeias e a saída da atual crise.
O governo brasileiro, porém, já expressou preocupação com o efeito recessivo dessas políticas e defende investimentos para fomentar o crescimento.
Nos últimos dias, Dilma Rousseff vem também criticando a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de elevar em 530 bilhões de euros os empréstimos a juros baixos disponibilizados aos bancos da região, alegando que isso provocará a desvalorização do euro e levará ao aumento do fluxo de divisas para países emergentes o que fortalece o real frente ao dólar encarecendo as exportações brasileiras.
Questionada nesta terça-feira sobre as críticas feitas na véspera por Merkel ao protecionismo brasileiro, exemplificado no aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros importados determinado no ano passado, Dilma afirmou que o Brasil poderá adotar novas medidas caso se mantenha a pressão pela valorização da moeda brasileira.
"Diante da desvalorização artificial das moedas dos outros países, o Brasil tomará todas as medidas que não firam as disposições da OMC (Organização Mundial do Comércio) para evitar que essa desvalorização artificial das moedas desindustrialize a economia brasileira", afirmou.

'Por pouco', Brasil passa Grã-Bretanha e se torna 6ª economia global


O ministro da Fazenda Guido Mantega. | Foto: Reuters
Mantega disse que uma economia dinâmica é mais importante que o crescimento do PIB
O crescimento de 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2011, anunciado nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), confirmou uma previsão feita por analistas recentemente: de que no ano passado a economia brasileira ultrapassaria a britânica e se tornaria a sexta maior do mundo. No entanto, a ultrapassagem ocorreu por margem menor que a esperada.
Segundo cálculo do Centro para a Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR), um instituto britânico, o PIB brasileiro alcançou US$ 2,469 trilhões (cerca de R$ 4 trilhões) em 2011, ante US$ 2,420 trilhões do britânico.
"A diferença foi menor do que havíamos previsto antes. A economia brasileira tropeçou, mas a economia da Grã-Bretanha foi ainda pior no ano passado, então não foi o suficiente para mudar o cenário", diz o analista Tim Ohlenberg, do CEBR.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país ao longo do ano. Agora, somente Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França estão à frente do Brasil no ranking, que leva em conta os PIBs nominais, medidos em preços correntes.
Outros dois institutos econômicos ouvidos pela BBC Brasil confirmam que a ultrapassagem ocorreu. Segundo cálculos da Consultoria Tendências, o PIB brasileiro alcançou US$ 2,477 trilhões em 2011. O britânico, por sua vez, chegou a US$ 2,421 trilhões.
Em 2010, de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o PIB brasileiro valia US$2,09 trilhões, comparado a US$ 2,25 trilhões da Grã-Bretanha.
Para comparar os PIBs, deve-se converter suas quantias (medidas nas moedas locais) em dólares, usando como base a cotação média do real e da libra para a moeda americana em 2011. É a primeira vez que o PIB brasileiro aparece à frente do britânico.
A ultrapassagem se explica em grande parte pelos desempenhos das duas economias no ano passado: enquanto o Brasil cresceu 2,7%, a Grã-Bretanha teve expansão de 0,8%.
A economia britânica tem sofrido com os prolongados efeitos da crise econômica na Europa.
Segundo analistas, outro fator que teve peso no resultado foi a acentuada apreciação do real no período, superior à valorização da libra.
O Instituto Nacional de Pesquisa Econômica e Social (NIESR, na sigla em inglês) também confirmou que o PIB brasileiro ultrapassou o britânico. Nas contas do instituto, que faz a comparação com base em dados do FMI e em taxas de câmbio atuais, o PIB brasileiro hoje vale US$ 2,52 trilhões, enquanto o britânico vale US$ 2,48 trilhões.
Apesar do resultado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que é mais importante ter uma economia dinâmica, com crescimento sustentável, do que ter o sexto maior PIB global.

Consumo das famílias

Segundo o IBGE, ao crescer 2,7% em 2011, o PIB brasileiro alcançou R$ 4,143 trilhões.
Ainda que bem inferior à projeção do governo no início do ano passado, de expansão de 5%, o resultado de 2011 evidencia o relativo bom momento da economia brasileira num momento em que a Europa e os Estados Unidos enfrentam graves dificuldades para voltar a crescer.
No entanto, apesar do resultado anual, os dados indicam que houve uma desaceleração da economia no fim do ano passado. De acordo com o IBGE, a economia cresceu 0,3% nos últimos três meses de 2011 em relação ao trimestre anterior.
Ainda segundo o Instituto, o desempenho da economia em 2011 foi puxado pelo consumo das famílias, que teve expansão de 4,1% em relação a 2010. Também tiveram bons resultados o setor agropecuário, com crescimento de 3,9%, e o de serviços, com 2,7%.

quinta-feira, 1 de março de 2012


Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil

Em meio à reivindicação para que sejam abertas negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas, a Argentina anunciou uma medida que visa dificultar a compra de produtos britânicos, abrindo caminho para uma guerra comercial com a Grã-Bretanha.
Na noite da terça-feira, o governo argentino pediu aos empresários do país que não importem produtos da Grã-Bretanha, substituindo os itens britânicos por similares de outras procedências, de acordo com a mídia argentina.
Por telefone, a ministra de Indústria da Argentina, Débora Giorgi, teria feito o pedido a executivos e empresários das 20 principais empresas nacionais e multinacionais instaladas no país que importam produtos da Grã Bretanha.
Entre os itens que seriam afetados pela medida, estão produtos usados no setor agropecuário, como tratores e inseticidas especiais.
"É fundamental que a Argentina decida quem são seus sócios comerciais e estratégicos, e, neste sentido, o governo também quer transmitir um sinal para os que ainda usam o colonialismo como forma de aceder aos recursos naturais", afirmaram assessores do ministério, de acordo com os jornais Clarín e El Cronista.

'Colonialismo'

A palavra “colonialismo” tem sido repetida nos discursos da presidente Cristina Kirchner quando se refere à Grã-Bretanha e à questão das Malvinas (Falklands, para os britânicos).
Neste ano, que marca os 30 anos da guerra entre os dois países em torno da soberania das ilhas, as autoridades argentinas tem intensificado suas criticas aos britânicos.
A guerra começou em 2 de abril de 1982, com a chegada de tropas argentinas no arquipélago do Atlântico Sul. No entanto, esta é a primeira vez que a disputa é levada ao terreno comercial.
Para o economista Marcelo Elizondo, ex-presidente da Fundação Exportar, ligada ao governo, "não é fácil" substituir as importações britânicas.
"Não é fácil substituir estas importações porque elas são de alta qualidade, e não se encontram em qualquer lugar. E este tipo de medida contra um mercado costuma gerar retaliações", afirmou o economista, que trabalha na consultoria DNI (Desenvolvimento de Negócios Internacionais).
Ele afirma que, na lista de empresas instaladas na Argentina que exportam para o mercado britânico, estão multinacionais como Cargill e Aceitera General Deheza, além de vinícolas nacionais como Norton e Santiago Grafigna.

Restrições a importados

A escalada de tensões diplomáticas entre Argentina e Grã-Bretanha passou para o setor comercial depois que dois cruzeiros, que tinham saído das Malvinas, foram impedidos de ancorar na Província da Terra do Fogo, no extremo sul do território argentino.
A decisão gerou criticas do setor de turismo e empresarial na Terra do Fogo. "Essa é uma forma barata de se praticar a soberania", disse o presidente da Câmara de Turismo de Ushuaia, na Terra do Fogo, Marcelo Leitti.
Atualmente, a Argentina tem superávit comercial com o Reino Unido, embora a relação tenha registrado uma forte queda no ano passado, em comparação com 2010.
De acordo com a consultoria Abeceb, de Buenos Aires, as importações britânicas representam apenas 0,9% de toda a pauta de importados argentinos.
A iniciativa argentina ocorre em um momento no qual o país já vinha implementando medidas para reduzir a entrada de importados e a saída de dólares.
Nos últimos dias, os governos do Paraguai e do Uruguai somaram-se às criticas que vinham sendo feitas por setores da economia brasileira ao aumento das exigências impostas sobre as exportações para a Argentina.