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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Crime contra a Humanidade em Terras Bahienses: pão, circo e ferro para o povo em Senhor do Bomfim


Prefeito de município do interior baiano gasta com festa quase sete vezes mais do que o investido em ações para amenizas os efeitos da seca.


O sertão nordestino está passando pela pior seca dos últimos 50 anos, em muitos lugares a última chuva forte foi ainda em finais de 2011 e segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a previsão de chuva é somente para outubro.
A Bahia, por ter mais da metade do seu território na região do semi-árido, é o estado mais afetado pela seca, assim como os outros que também têm sido afetados, e muitas cidades estão dependendo de ajuda externa para levar água aos que mais precisam, o racionamento extremo virou lei em muitos lugares.
Por se tratar de uma necessidade substancial, o fornecimento d água tem sido uma prioridade em todos os luares atingidos pela estiagem e um esforço de guerra tem sido ensaiado para garantir aos cidadãos o líquido do qual depende a vida.
Parte significativa desse esforço tem sido feita reduzindo custos tidos como secundários, priorizando o que realmente merece ser colocado em primeiro plano, como por exemplo, amenizar os efeitos da seca.
Muitos municípios como Capim Grosso e São José do Jacuípe desempenharam um papel exemplar cancelando ou reduzindo a pompa das festas juninas, um elemento cultural fortíssimo da cultura nordestina (entende-se culturalmente como Nordeste o sertão), intimamente ligado à identidade do nordestino.
Outro exemplo que chama muito atenção é o do município de Senhor do Bomfim, também no semi-árido baiano. O prefeito Paulo Batista Machado investiu pesado em festas, entre os dias 28 e 30 de maio foram gastos quase R$300mil com os festejos pelo aniversário de 127 anos de emancipação política do município, e para as festas ligadas ao São João foram destinados cerca de R$ 960mil, cerca de 70% dessa quantia foi destinado ao pagamento de atrações.
O leitor deve estar se perguntando o que há de errado em gastar quase R$ 1milhão com festas, mas esse é o crime contra a humanidade. Pois enquanto milhões de pessoas estão no limite da sub-existência com o mínimo necessário de água e comida e esse mínimo tem de ser racionado, esse prefeito sacripanta esbanja quantias muito superiores em festas, enquanto seus eleitores estão morrendo de sede.
Ele deveria ser preso, pois pagar multas ou cancelar festas não chega nem perto do crime que é privar os menos favorecidos das condições mínimas de sobrevivência, principalmente quando o seu trabalho é levar aos que necessitam os meios de suprir as suas necessidades.

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