Prefeito de município do interior
baiano gasta com festa quase sete vezes mais do que o investido em ações para
amenizas os efeitos da seca.
O sertão nordestino está passando pela pior seca dos
últimos 50 anos, em muitos lugares a última chuva forte foi ainda em finais de
2011 e segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a previsão de
chuva é somente para outubro.
A Bahia, por ter mais da metade do seu território na
região do semi-árido, é o estado mais afetado pela seca, assim como os outros
que também têm sido afetados, e muitas cidades estão dependendo de ajuda externa
para levar água aos que mais precisam, o racionamento extremo virou lei em
muitos lugares.
Por se tratar de uma necessidade substancial, o
fornecimento d água tem sido uma prioridade em todos os luares atingidos pela
estiagem e um esforço de guerra tem sido ensaiado para garantir aos cidadãos o
líquido do qual depende a vida.
Parte significativa desse esforço tem sido feita
reduzindo custos tidos como secundários, priorizando o que realmente merece ser
colocado em primeiro plano, como por exemplo, amenizar os efeitos da seca.
Muitos municípios como Capim Grosso e São José do
Jacuípe desempenharam um papel exemplar cancelando ou reduzindo a pompa das festas
juninas, um elemento cultural fortíssimo da cultura nordestina (entende-se culturalmente
como Nordeste o sertão), intimamente ligado à identidade do nordestino.
Outro exemplo que chama muito atenção é o do município
de Senhor do Bomfim, também no semi-árido baiano. O prefeito Paulo Batista
Machado investiu pesado em festas, entre os dias 28 e 30 de maio foram gastos
quase R$300mil com os festejos pelo aniversário de 127 anos de emancipação política
do município, e para as festas ligadas ao São João foram destinados cerca de R$
960mil, cerca de 70% dessa quantia foi destinado ao pagamento de atrações.
O leitor deve estar se perguntando o que há de errado
em gastar quase R$ 1milhão com festas, mas esse é o crime contra a humanidade. Pois
enquanto milhões de pessoas estão no limite da sub-existência com o mínimo
necessário de água e comida e esse mínimo tem de ser racionado, esse prefeito
sacripanta esbanja quantias muito superiores em festas, enquanto seus eleitores
estão morrendo de sede.
Ele deveria ser preso, pois pagar multas ou cancelar
festas não chega nem perto do crime que é privar os menos favorecidos das
condições mínimas de sobrevivência, principalmente quando o seu trabalho é
levar aos que necessitam os meios de suprir as suas necessidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário