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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sobre os direitos das classes trabalhadoras


Já era de se acreditar que todas as promessas de calmarias nas relações entre patrões e empregados na Bahia não sairiam do palanque. As eleições de 2006 selaram de vez o sarcófago do Carlismo, tirando da família coronelista Magalhães. A parceria Lula e Wagner prometia fazer da Bahia, um estado promissor, como se tornou o Brasil em toda Era Lula, e tem sido na Era Dilma, aliás, o que elegeu Wagner em 2006 foram dois fatores de peso: o fato de o baiano estar enfadado da tríade carlista despótica ACM, César Borges e Paulo Souto e o ótimo trabalho do Presidente Lula no seu primeiro mandato.
Ao contrário do que Lula fez em prol das classes trabalhadoras, Wagner procedeu nos mesmos moldes dos seus antecessores, como um ditador carlista priorizou os interesses das classes dominantes, enquanto as classes ligadas a serviços fundamentais como saúde, educação e segurança sobrevivem com salários insuficientes, incompatíveis com as funções em um estado violento, inseguro, quem mal tem meios de se manter.
Enquanto os salários dos trabalhadores são cada vez mais arrochados, obras faraônicas são construídas a fim de beneficiar somente a burguesia agrícola e industrial instalada no estado. Verdadeiros elefantes brancos estão sendo construídos para beneficiar os grandes empresários, tanto os ligados à construção civil quanto os que desfrutarão dessas obras, entre as quais se pode destacar a ponte Salvador-Itaparica; a rodovia Trans Sertaneja (que liga Barreiras a Juazeiro) e a Ferrovia Leste-Oeste (que liga Barreiras a Ilhéus).
O Governo do PT na Bahia não deixa alternativa para 2014 que não o retorno dos ditadores Carlistas, pois o autoritarismo típico de seus antecessores está presente em seus atos governamentais. Talvez uma nova força, um governo de centro-esquerda possa assumir o poder, mas algo é certo. O futuro da Bahia é incerto na atual conjuntura política.
O governo Wagner em seus seis anos bateu todos os recordes que se pode imaginar. Crescimento econômico, obras iniciadas e entregues, investimentos em ação social e greves. Isso mesmo, greves. Todo ano ocorre uma temporada de greves. Servidores de todas as esferas do Estado, sem exceção á pararam seus serviços ao menos uma vez nos seis anos de Governo Wagner. Polícia Civil e Militar, Educação, Saúde, Fiscalização, Administração. Mas nada contra os grevistas, é um direito dele e desde que justa, as greves têm o apoio dos que entendem os dois lados da questão.
Em 2012 já pararam duas classes, a primeira foi a Polícia Militar, reivindicando não só melhores salários, mas também melhores condições de trabalho. Por quase vinte dias a Assembleia Legislativa foi ocupada por grevistas e com a imprensa e a burguesia publicitária de Salvador tendo seus lucros ameaçados pela impossibilidade do Carnaval, logo o Estado atendeu aos anseios dos grevistas e a greve foi solucionada. O Estado ganhou, a burguesia ganhou e a classe trabalhadora ficou chupando dedo mais uma vez.
Um mês depois foi a vez da Educação, os docentes cancelaram as atividades em inícios de abril e já estamos às portas de junho e nada foi feito. Isso porque os docentes parados trazem prejuízo apenas a eles e aos estudantes, enquanto a burguesia que financia o governo não sofre prejuízos com essa paralisação, então o governo nada faz para findar a greve a não ser medidas punitiva, como ameaça de exoneração aos líderes dos movimentos e cortes significativos dos salários numa tentativa de enfraquecer o movimento, uma vez que, segundo Maslow, comida é a primeira necessidade do homem.
Dois meses de paralisação e nada feito. Muito bonito o papel do nosso Governo, uma vez que uma das suas promessas de campanha, que garantiu suas duas eleições em primeiro turno foi a garantia de salários justos para os profissionais da Saúde, Educação e Segurança pública. Tudo isso não passou de promessa de palanque, e como seus antecessores, o governo do PT na Bahia não passou de um governo autoritário, demagógico, que nada fez pelos trabalhadores a não ser prometer e fazer exatamente como seus antecessores, oprimir, reprimir e suprimir.

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