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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sobre a desordem, a balbúrdia e a calamidade pública



O Carnaval é uma festa que surgiu na Europa com o objetivo de garantir uma boa conduta na Quaresma. Isso mesmo, o Carnaval é uma festa na qual os desejos da carne são liberados, para que seja garantido o jejum espiritual durante a Quaresma, período que antecede a Páscoa, no qual Jesus jejuou. Olhando por esse lado o Carnaval é uma festa religiosa, mas basta chegar aos trópicos para que todo esse caráter aparentemente religioso desaparecer.
O Brasil é um país conhecido internacionalmente não pela inteligência e potencial de seu povo, mas por ser um país onde imperam a balbúrdia e a promiscuidade, isso se confirma quando estrangeiros se referem ao país como o país do Carnaval, o país do futebol, o paraíso das mulatas.
O carnaval, que na Europa é uma festa popular, no Brasil se tornou uma festa de caráter elitista, cada vez mais fechada, na qual o povo, a classe trabalhadora, principal financiadora da festa, é cada vez mais excluída. Isso se nota pelo preço dos abadas, pelo preço dos camarotes, pelos que participam da festa. No Carnaval de Salvador há mais turistas que baianos na Avenida, e o circuito no centro da cidade em áreas nobres, evidenciam mais ainda esse caráter. No Carnaval de Salvador, a classe trabalhadora aparece em todos os momentos da festa, aparece antes montando a estrutura, aparece durante, tentando (embora muitas vezes em vão) manter a ordem, segurando as cordas que excluem a sua própria classe da festa, e depois, limpando a sujeira que filhinhos de papai, baianos ou não deixaram nas ruas.
 No carnaval, todo tipo de atrocidade é percebida entre um bloco. Prova disso é que, segundo alguns turistas estrangeiros, eles foram orientados em além-mar a procederem sempre de maneira cautelosa, uma vez que, segundo os agentes de viagens europeus, os brasileiros costumam agir de forma animalesca durante o carnaval.
A balbúrdia não pára por aí, e só confirma o discurso europeu. Como se não bastasse, o pandemônio se instala: brigas, tiroteios, assassinatos. O uso de drogas ilícitas aumenta em proporções cataclísmicas, e o pudor parecer ser algo de outro mundo. As roupas cada vez menos respeitosas, e seres que se dizem racionais cruzam ao ar livre, assim como os outros irracionais. Como se não bastasse, o caldo sudoríparo junto com a troca constante de fluidos orgânicos, quer seja pelo beijo ou pela cópula, praticados inconsequentemente no circuito da festa, é um excelente transmissor de doenças infecto-contagiosas ou DST’s. o humorista Felipe Netto não mentiu ao dizer que em um carnaval se pega SIDA pelo ar.
No Carnaval se morre mais do que durante todo o ano em Salvador, os acidentes de trânsito são em maior número e cada vez mais trágicos. A quantidade de médicos, enfermeiros e paramédicos escalados, bem como de policiais é algo assustador, durante o ano nem se percebe que existe durante o ano, para completar, nota-se que, quando é para mostrar os turistas e à imprensa, há sempre policiais e ambulâncias bem equipados, a cidade limpinha, mas para o povo, só ferro.
O carnaval ultimamente tem sido apenas uma fonte de renda, e que renda, para o Estado e para a imprensa, bem como pra os empresários que lucram horrores com os camarotes e trios elétricos. Estes em nada investem na festa, só na parte de diversão; o Estado arca com a segurança e a limpeza da sujeira deixada pelas festas. Bem como os gastos com publicidade, feitos pelo Estado para atrair foliões, que se fossem revertidos em saúde, educação, segurança em bem-estar social, como propôs Danillo Gentili, seria bem melhor para a imagem do país. Realmente, é melhor morrer no país do carnaval do que viver no carnaval desse país.

Um comentário:

Daniele Ribeiro disse...

Ei, deixei seu blog no tag, muito interessante. Confere por favor http://meeninamulheer.blogspot.com/search/label/Aosleitores Obrigada !