Por Jodinaldo Lucena
Em um mês de ocupação militar no Rio de Janeiro não se resolveu a questão das drogas, miséria e desemprego. O tráfico de drogas é uma atividade inerente ao sistema capitalista, é produto de suas mazelas. A droga é uma mercadoria como outra qualquer e a burguesia narcotraficante fatura altos lucros com a sua venda. A mídia procura reforçar a idéia de que o único problema no RJ é o tráfico para justificar a ocupação militar nas favelas. Com a política chegou mais abusos e violência. Porém, há algumas perguntas a serem levantadas: a burguesia narcotraficante vive em favelas? A ocupação militar solucionará o vício dos consumidores e colocará um freio num gigantesco mercado consumidor que movimenta milhões de reais?
Foi o capitalismo quem levou as drogas para o RJ. Através da burguesia narcotraficante milhões de jovens são arregimentados para essa atividade que pode lhes proporcionar uma renda. A empresa do tráfico movimenta milhões de reais e corrompe os organismos do Estado, por isso não é possível acabar com ele usando as instituições do mesmo Estado corrompido; é como entregar um galinheiro a uma raposa.
A ocupação militar não tem como finalidade o combate ao tráfico de drogas, mas reflete um sistema decadente que já não pode se manter sem o recurso da força e das armas. Centenas de moradores estão procurando a corregedoria de polícia para denunciar abusos, organizações de direitos humanos são obrigadas diante das circunstancias a tomar uma posição, mesmo que seja apenas para lamentar o saldo de mortes provocado pela ocupação. O fato é que o extermínio de pessoas é uma política pública do Estado e a polícia cumpre o papel do mais fiel executor.
A causa do tráfico é o capitalismo, seus efeitos são a corrupção, o roubo, a violência, o crime praticado para sustentar o consumo e os assassinatos. A burguesia que controla o Estado não pode acabar com uma atividade tão lucrativa, por isso procura amenizar os efeitos da doença aplicando remédios que implicam em mandar chumbo nas favelas. Pois é, mandam chumbo, mas não constroem escolas. Enviam policiais, mas não fazem hospitais para gerar emprego para os médicos e curar os viciados. Criam postos de polícia, mas não abrem postos de trabalho para a juventude das favelas. Esse é o remédio que a burguesia quer oferecer para a população das favelas.
O problema é que não são apenas as favelas que estão dominadas pelas quadrilhas, elas dominam o próprio Estado. Não é apenas o meliante que prática o roubo, mas os capitalistas que estendem a mão para saquear o produto do trabalho do operário. O chamado Estado de direito cumpre o papel de manter a ordem burguesa, que consiste em dar bordoada nos trabalhadores e proteger a propriedade privada dos meios de produção, isto é, cumprir a lei básica de qualquer Estado capitalista.
Mas a verdade é que a imprensa capitalista mentiu, manipulou e deturpou a realidade das operações policiais. O objetivo é criar uma opinião pública favorável ao estado de sítio e justificar as sucessivas investidas de militarização nas favelas.
Festival do Falo de Aço
Homens vestidos de mulher carregam pênis gigante em festival
Homens vestidos de mulher carregam pênis gigante durante o Festival do Falo de Aço, que atrai milhares de pessoas a Kawasaki, no Japão
Ampliar imagemUm festival inusitado e curioso atrai todo ano cerca de 10 mil turistas à cidade japonesa de Kawasaki, na província de Kanagawa.
O Kanamara Matsuri, ou Festival do Falo de Aço, é realizado há cerca de 40 anos e os símbolos que representam o templo são os órgãos sexuais masculino e feminino.Popularmente conhecido como Festival da Fertilidade, o evento atrai muitos curiosos, que se divertem com as cenas inusitadas. Mas os japoneses levam os rituais muito a sério.
Kazujiro Kimura, chefe da comissão organizadora do evento, explicou à BBC Brasil que o deus do templo de Kawasaki garante fertilidade e harmonia aos casais. "Antigamente, as prostitutas vinham até aqui para pedir também por proteção contra doenças sexualmente transmissíveis", conta.
O festival serve também para fazer campanhas de prevenção à Aids. "Começamos a distribuir panfletos e camisinhas há seis anos", lembra Izumi Tamaki, responsável pelo departamento de saúde da cidade.
Diversão para turistas
Enquanto os japoneses oram e seguem as tradições, os turistas se divertem com o festival. A brasileira Hiroko Kuba, de 40 anos, mora no Japão há seis anos e esta foi a primeira vez que visitou o festival. "Vim mais pela curiosidade e achei tudo muito engraçado", conta.
As formas dos orgãos sexuais masculino e feminino podem ser vistas por toda parte, em ilustrações, doces, lembrancinhas e esculturas. Três pênis gigantes chamam a atenção do público. Dois deles - um negro e outro rosa - são carregados pelas ruas em pequenos andores.
Os visitantes também aprendem a esculpir pênis em nabos e cenouras. O templo foi construído há mais de 150 anos, no chamado Período Edo (1603-1867). Os monges do templo também divulgam uma história folclórica sobre o deus local.
Segundo a lenda, um demônio com dentes afiados teria se escondido na vagina de uma jovem e castrado dois homens durante a noite de núpcias. Então, um ferreiro teria construído um falo de aço para quebrar os dentes do demônio.